Saiba quais políticos, partidos e centrais sindicais devem participar dos atos contra Bolsonaro no dia 12 de setembro
No Recife, o ato terá concentração às 13h, no Marco Zero
No próximo domingo, dia 12 de setembro, protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro serão realizados em diferentes pontos do Brasil, incluindo o Recife. Por serem convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), grupo de forte mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff, os atos não contam com a simpatia de parte da esquerda e podem se tornar importantes para políticos que tentam emplacar uma 'terceira via' no país.
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No entanto, há posicionamentos à esquerda em apoio aos atos de integrantes de alguns partidos. Nota assinada pelo presidente do PDT de São Paulo, Antonio Neto, afirma que a sigla participará dos protestos de domingo. O PDT em Pernambuco também deve participar. No Twitter, a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, compartilhou vídeo do presidente do partido, Carlos Lupi, convocando para os atos e disse que o "compromisso é com a democracia".
O pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, o deputado federal Orlando Silva, do PCdoB confirmaram presença na manifestação. Enquanto isso, o PT e o PSOL resistem aos atos por não quererem se aliar a grupos que foram instrumentais para o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Ainda assim, a deputada estadual por São Paulo Isa Penna, do PSOL, afirmou que vai ao protesto.
Na convocação para o ato, o Movimento Brasil Livre (MBL) diz o seguinte: “Pelas mentiras e estelionatos eleitorais. Pela aliança com os corruptos. Pelas rachadinhas e pela propina na vacina. Pelas mais de 500 mil vidas perdidas. O governo Bolsonaro é um crime e uma vergonha para o nosso país. E está na hora de derrubá-lo”.
O movimento tentava atrair a participação de mais siglase conseguiu. O PSB, partido do governador Paulo Câmara e do prefeito João Campos, também aderiu às manifestações contra Bolsonaro. "O PSB vai participar de todas as manifestações pelo impeachment do presidente Bolsonaro. Além da manifestação do dia 12, o partido sugere outra do campo democrático para 19 de setembro, a da "Primavera Democrática, Ditadura Nunca Mais". Não compactuamos com movimentos autoritários", afirmou o presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira.
Recife
No Recife, a manifestação será realizada a partir das 13h, no Marco Zero, Bairro do Recife. O ato vem sendo organizado pelos movimentos Livres, UJL, MBL, Lola, Juventude Cidadania e Cidadania Diversidade. A reportagem tentou confirmar a presença de políticos no ato como André de Paula, Augusto Coutinho, Danilo Cabral, Daniel Coelho, Tadeu Alencar, Carlos Veras, Fernando Monteiro, mas não obteve retorno. A assessoria da deputada Marília Arraes (PT) informou que ela não deve comparecer e o deputado federal Felipe Carreras (PSB) explicou que ir às ruas em meio à proibição de aglomerações na pandemia de covid-19 seria desrespeito ao povo.
O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, que é secretário estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, confirmou que o partido está convocando para o ato deste final de semana. Ele próprio afirmou que irá à manifestação. "Estamos mobilizando nossos segmentos e militância", afirmou ao JC.
Em nota enviada ao Blog de Jamildo na semana passada, um dos coordenadores do MBL, Izaque Costa, afirmou que o movimento está sendo organizado porque Bolsonaro "traiu a pátria, provocou a morte de inocentes por sua negligência, terminou de quebrar a economia, meteu inflação no bolso do pai de família de classe média e baixa, se vendeu para a banda mais podre do Centrão e agora tenta um golpe contra a nossa democracia". Na última quarta (8), Renan Santos, liderança nacional do MBL, convocou até mesmo não-simpatizantes do movimento e pessoas da esquerda a participar do ato.
O protesto pede o impeachment de Jair Bolsonaro. É visto como um contraponto às manifestações realizadas pelos apoiadores do presidente no Dia da Independência e ao discurso de Bolsonaro. Entre políticos de centro-direita que já confirmaram presença estão o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS).
Centrais sindicais como a Força, UGT, CSB e Nova Sindical devem participar. Porém, a direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou um comunicado à imprensa para informar que não participará, pois os atos foram convocados por grupos de direita, como MBL e Vem Pra Rua, que contribuíram para o impeachment de Dilma. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) também decidiu não participar.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que passou a defender o impeachment de Jair Bolsonaro, disse que o protesto reunirá “grupos que defendem a democracia, a Constituição e a liberdade”. Ele falou que também defende esses ideais e está avaliando se participará do ato do 12 de setembro.
Os atos foram idealizados em julho como forma de os organizadores se diferenciarem dos protestos nacionais contra Bolsonaro convocados por grupos e partidos de esquerda. Após os atos bolsonaristas de 7 de Setembro, marcados pelo tom de ataque, ganhou força a ideia de reunir nos protestos de 12 de setembro um grupo mais amplo para mandar uma resposta ao presidente.
Embora os atos sejam chamados de “Fora Bolsonaro”, seus entusiastas usam o mote “Nem Lula, nem Bolsonaro” e defendem a chamada "terceira via" nas eleições de 2022. O MBL também desencoraja o uso de bandeiras políticas nos protestos, incentivando os manifestantes a usarem branco.