BRASÍLIA

Bolsonaro ironiza manifestações contra o governo federal

Presidente afirmou nesta segunda-feira (13) que os manifestantes que foram às ruas no domingo (12) contra o seu governo não fazem parte da população "de bem" e são "dignos de dó"

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Estadão Conteúdo, Renata Monteiro

Publicado em 13/09/2021 às 23:29
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Com informações da Agência O Globo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (13) que os manifestantes que foram às ruas no domingo (12) contra o seu governo não fazem parte da população "de bem" e são "dignos de dó". Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, gravada e editada por um canal simpático ao presidente, Bolsonaro fez pouco caso dos protestos.

"A maioria da população é de bem. Essa minoria que é contra, que muitos foram às ruas ontem (domingo), são dignos de dó, de pena", ironizou o presidente.

As manifestações foram esvaziados após a divisão na oposição sobre a participação ou não em atos que uniram desde grupos liberais, de direita, a grupos comunistas, de esquerda. A principal divisão inclui movimentos de direita que convocaram os atos, como o MBL e o Vem Pra Rua, que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff (PT), com o PT, que lidera as pesquisas de intenção de voto com o ex-presidente Lula (PT).

Bolsonaro também criticou os opositores por descumprirem regras de distanciamento social impostas pela pandemia. "Viram em São Paulo, ontem, cinco presidenciáveis aglomerados?", questionou. Entre os cotados para disputar o Planalto em 2022, estiveram presentes na Avenida Paulista o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT); o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Ao contrário do que o presidente costuma fazer, todos os presentes nos atos utilizavam máscara, seguindo a recomendação de autoridades sanitárias, exceto nos momentos de discursos.

Na conversa, Bolsonaro reclamou que alguns dos manifestantes fizeram ataques pessoais à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. "Citaram questões pessoais. Não vão me tirar daqui com isso de jeito nenhum", declarou.

Bolsonaro ainda leu aos apoiadores presentes o artigo 1º da Carta Magna. "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição", frisou o chefe do Planalto, pedindo aos presentes intensificação de estudos sobre a realidade País. "Alguns idiotas não aprendem nunca, mas temos de dar conhecimento às pessoas que não têm ainda".

Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB) disse ontem esperar que a "Declaração à Nação" divulgada pelo presidente na última semana possa "pacificar a relação entre os Poderes da República". O texto foi escrito por Bolsonaro com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB) após os protestos do dia 7 de Setembro, quando o militar da reserva fez uma série de declarações de cunho antidemocrático contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu estive, durante essa semana, com o presidente (Jair Bolsonaro), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e sinto que há disposição e ânimo por parte do Congresso Nacional de servir de instrumento de diálogo para que a gente possa enfrentar os problemas reais da nossa sociedade", declarou o parlamentar à Rádio Jornal Petrolina.

 

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