Em evento do PT, ex-presidente Lula diz que partido ''não presta em algumas coisas''
Na visão do petista, por mais que o partido tenha defeitos, ele não poderia abandoná-lo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante encontro virtual com militantes, realizado na quarta-feira (29), que o PT “tem todos os defeitos que a gente quer que ele tenha”, sem citar quais seriam.
Na visão do petista, por mais que o partido tenha defeitos, ele não poderia abandoná-lo. “Não existe nada nesse país igual o PT. O PT tem todos os defeitos que a gente quer que ele tenha. O PT tem defeito, não presta em algumas coisas, mas é o meu partido. E se tem algum defeito eu vou consertar esse defeito e fazer ser perfeito. O que não posso é abandonar (o partido) a cada tropeço”, afirmou Lula. A declaração aconteceu durante participação do petista na Escola Nacional de Formação do PT.
- Lula é o candidato preferido de mais de 60% dos nordestinos, aponta pesquisa do Ipec
- Ipec: Lula poderia vencer no primeiro turno das eleições 2022
- É falso que Dilma e Lula pagaram 6 mil euros por jantar em Paris
- Criticada por diálogos com líderes do centro ou adversários de Lula, presidente da UNE diz que o importante é derrotar Bolsonaro
- Bolsonaro diz que "será um prazer" debater com Lula nas eleições de 2022
- Federações de partidos, fundo bilionário, Bolsonaro, Lula e terceira via: a um ano da eleição, entenda como você vai votar
Durante o evento, Lula ainda disse ter “dívida” com o povo brasileiro e que quer investir no salário, na educação e na qualidade de vida. O ex-presidente fez, ainda, um aceno às bases do partido.
“O PT não tem que ter medo de falar a linguagem do pobre, do negro, do índio, do desempregado, da classe média operária, da classe média bancária, do profissional liberal. A gente não tem que ter medo de defender essa gente. Se a gente começar a achar que a gente tem que ter discurso mais sofisticado, a gente vai virar um partido comum, e a gente vai acabar.”
Terceira via
Também nessa quarta-feira (29), Lula disse que a busca por um nome da chamada terceira via para as eleições de 2022 é um ‘empobrecimento da política’ brasileira. Para o petista, todo partido deveria lançar uma opção própria de candidato para o primeiro turno e não mais insistir em buscar um único nome.
“Todos os partidos que querem uma terceira via deveriam lançar os seus candidatos. Lança [Sérgio] Moro, lança [Deltan] Dallagnol, lança quem quiser. Então, o povo, soberanamente, vai escolher quem ele quer presidente ou em um segundo turno”, explicou em entrevista à rádio Capital FM, do Mato Grosso. Em seguida, acrescentou: “Acho um empobrecimento da política essa discussão da terceira via. Você tem 32 partidos, muitos como parte do Centrão, todo mundo poderia ter candidato”.