Criticada por diálogos com líderes do centro ou adversários de Lula, presidente da UNE diz que o importante é derrotar Bolsonaro
A presidente nacional da UNE esteve reunida com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com o ex-ministro Ciro Gomes, além de ter participado dos atos promovidos pelo MBL
Em meio às críticas que tem recebido por estar em constante diálogo com figuras políticas fora do campo da esquerda e, até mesmo aquelas que se colocam como contraponto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente da União Nacional dos Estudantes Bruna Brelaz explica que buscar uma frente ampla é diferente de aderir a projetos.
“O maior interesse em dialogar com as mais diversas lideranças do campo democrático é a articulação do impeachment de Bolsonaro. Existe um consenso de que não dá mais, que chegamos ao limite, nós temos a volta da fome, do desemprego e vários retrocessos na Educação. Se temos esse consenso, é preciso fazer com que todas essas forças cumpram o seu papel e atuem para defender a democracia”, afirmou Bruna, em entrevista ao JC.
Além das conversas recentes com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a dirigente estudantil também tem articulado um encontro com a ex-ministra Marina Silva (Rede). “Nós estamos tentando ampliar esse diálogo também com artistas e intelectuais. Essas articulações tem sido feitas em maior ou menor grau de figuras”, ressaltou.
As críticas também foram direcionadas ao fato de Bruna Brelaz ter participado do ato organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), no dia 12 de setembro, em reação às manifestações do dia 7 de setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Conforme a coluna de Alberto Bombig, do Estadão, as palavras "decepção" e "vergonha" figuravam entre os comentários contrários as movimentações de Bruna.
Sobre isso, ela pontua que a UNE tem diversas divergências com o movimento, mas que participar desses atos teve um simbolismo importante. “Toda e qualquer articulação pelo ‘Fora Bolsonaro’, maior ou menor que seja, provou para o próprio campo da esquerda que o MBL não é um bicho papão. A Une tem diversas críticas ao MBL, mas estar no palco com diferentes figuras, mostra a nossa disposição de derrotar um inimigo maior, que é o Bolsonaro. Outra coisa, o ato do MBL teve um ponto chave, que foi a reunião de setores que não estavam articulados até o dia 12, que passaram a prestar mais atenção por estarem em alerta”, afirmou Bruna.
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A presidente nacional da UNE acredita que as manifestações marcadas para o dia 2 de outubro contra o presidente Bolsonaro, convocadas pelas centrais sindicais, terá uma forte adesão não só da esquerda. “Tenho acompanhado que existem esforços empreendidos e que pode haver uma adesão importante, com uma mobilização de Ciro Gomes, de Lula, que têm colocado seus nomes à disposição”, disse.