Contra bolsonaro

Protestos pelo Brasil pedem impeachment de Bolsonaro

Os protestos no Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Brasília, entre outras cerca de 100 cidades, foram convocados pela "Campanha Fora Bolsonaro", apoiada por partidos de esquerda, centrais sindicais e o grupo Direitos Já!, que reúne lideranças de 19 bancadas

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AFP

Publicado em 02/10/2021 às 16:41
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Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (2) nas principais cidades do Brasil para exigir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, enquanto seu governo passa por seu pior momento.

Os protestos no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Brasília, entre outras cerca de 100 cidades, foram convocados pela "Campanha Fora Bolsonaro", apoiada por partidos de esquerda, centrais sindicais e o grupo Direitos Já!, que reúne lideranças de 19 bancadas.

Embora as manifestações tenham alcançado uma maior adesão de partidos do que nos atos anteriores, os grupos de direita que romperam com o governo se recusaram a participar.

No centro do Rio de Janeiro, centenas de pessoas marcharam carregando faixas onde se lia "Fora Bolsonaro" e bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) do ex-presidente Lula, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do Partido Democrático Trabalhista (PDT), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), entre outros.

"A gente acredita que vai conseguir derrubá-lo. A aposta do povo presente nas ruas é que vai fazer com que os parlamentares sejam pressionados e acabem pedindo o impeachment", disse à AFP a professora aposentada Elizabeth Simões, de 69 anos.

Mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro aguardam na Câmara dos Deputados, mas seu presidente Arthur Lira, aliado do governo, deu sinais de que eles não serão tramitados.

Nos protestos, via-se um espectro mais amplo de bandeiras, não só as vermelhas do PT que costumam predominar, como as da Central Única de Trabalhadores (CUT), do movimento LGBT e do Brasil, essas últimas usadas como símbolo nas marchas pró-Bolsonaro. "Frente ampla, impeachment já", diziam alguns cartazes.

Cercado por investigações judiciais, inflação, desemprego e uma gestão caótica da pandemia que já deixou quase 600 mil mortos, Bolsonaro despencou em popularidade nos últimos meses, chegando a 22%, seu nível mais baixo desde que assumiu o poder.

"Tá muito caro, a culpa é do Bolsonaro", afirmavam cartazes em Salvador e no Rio de Janeiro.

A um ano antes das eleições de 2022, o presidente de extrema direita obteria 26% dos votos no primeiro turno, contra 44% de Lula, segundo pesquisa do Instituto Datafolha em 17 de setembro.

No Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, Bolsonaro liderou grandes manifestações em Brasília e São Paulo, onde se concentraram cerca de 125 mil simpatizantes.

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