Alexandre de Moraes mantém prisão preventiva de Roberto Jefferson
No mês de setembro, Moraes tinha autorizado que o ex-deputado do PTB deixasse o Complexo de Bangu para tratamento em hospital. Agora, o ministro solicita a volta imediata de Jefferson ao presídio
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido da defesa e manteve a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), detido no âmbito do inquérito das milícias digitais. No mês de setembro, Moraes tinha autorizado a ida do presidente do PTB do Complexo de Bangu para realizar tratamento médico no Hospital Samaritano Barra, no Rio de Janeiro. Agora, o ministro determinou o retorno imediato do político ao presídio.
Roberto Jefferson foi preso no dia 13 de agosto em razão de manifestações 'contra as instituições democráticas, proferindo diversas ameaças, em especial ao Supremo Tribunal Federal'. Na decisão que decretou a custódia do presidente do PTB, Alexandre de Moraes apontou a suposta participação de Jefferson em uma 'uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais'.
No dia 30 de agosto, a Procuradoria-Geral da República denunciou o ex-deputado por incitação ao crime, homofobia e calúnia contra o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No dia seguinte, Alexandre negou pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Jefferson, mantendo sua prisão preventiva. Na ocasião, o ministro apontou que o ex-deputado demonstra 'completo desprezo' pelo Poder Judiciário, lembrou que o político escreveu em seu mandado de prisão que a ordem era uma 'canalhice' e destacou ainda a recusa do presidente do PTB em entregar o celular à Polícia Federal, sob a justificativa de que deu o aparelho a um 'transeunte para que fosse jogado no rio'.
Mesmo da prisão, Jefferson continuou as ofensas ao Judiciário. Em carta lida pela vice-presidente do PTB, Graciela Nienov, na Conferência de Ação Política Conservadora organizada no Brasil, o político chamou o Supremo de 'milícia judicial' que 'estuprou a Constituição'. Alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PTB ainda fez alegações, sem provas, sobre fraudes nas eleições.