Está nos Estados Unidos

Após ter prisão determinada por Alexandre de Moraes, Allan dos Santos alega perseguição e diz que não vai se entregar

O jornalista concedeu entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, na última quinta-feira (21)

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Renata Monteiro

Publicado em 22/10/2021 às 17:00 | Atualizado em 22/10/2021 às 17:59
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Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a prisão preventiva do blogueiro Allan dos Santos, o jornalista concedeu uma entrevista para a Jovem Pan na qual afirmou que ficou sabendo da decisão pela imprensa e que sente perseguido por, segundo ele, ter dito algo que não agradou ao magistrado. Allan dos Santos é suspeito de atuação em organização criminosa, crimes contra a honra e incitação a crimes, preconceito e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está nos Estados unidos, e por essa razão Moraes requisitou também o bloqueio de contas e remessas de dinheiro para ele e cooperação jurídica para a sua extradição.

Durante a entrevista, o jornalista afirma que, a princípio, não pretende se entregar às autoridades norte-americanas, e que seguirá "fazendo jornalismo, de modo muito tranquilo". No boletim do Terça livre, porém, o blogueiro disse que se entregaria se o pedido de Moraes for acatado pela Interpol. À Jovem Pan ele contou, ainda, que não teve acesso à íntegra da decisão de Moraes e, por isso, não sabe sequer o que motivou a determinação da prisão.

"Vou ver com os meus advogados a decisão do Alexandre de Morais, pois parece que ela só saiu após as notícias, com o G1 agindo como assessoria de imprensa do ministro. Uma empresa privada servindo de assessoria de imprensa para um ministro da Suprema Corte. Eu quero ter as informações oficiais. (...) O que eu pude observar, de acordo com o G1, é que a decisão foi essa: 'ele falou algo que eu não gostei e eu quero prendê-lo'", declarou Allan dos Santos.

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A conversa com o jornalista ocorreu durante o programa Os Pingos nos Is, onde o blogueiro afirmou que a "perseguição" que estaria sofrendo também atingiria outros profissionais de imprensa. "Agora a gente está observando que (a suposta perseguição) não é só contra jornalistas de direita, conservadores ou qualquer coisa, a coisa chegou também em jornalistas de esquerda na Folha. O que me assusta é a imprensa ficar calada diante de tudo isso, sabendo que censura e jornalismo não podem coexistir. O jornalismo precisa ter liberdade, independente se eu concordo com ele ou não", pontuou.

Dos Santos explicou, ainda, que espera que a lei seja aplicada no seu caso e, ao ser questionado se pediria asilo nos Estados Unidos, se recusou a tornar públicos os passos que adotará no futuro. "Eu não quero que a minha vontade seja estabelecida dentro de uma República. Eu quero que a lei seja aplicada. Só isso. É só apresentar provas dentro de um processo, dentro de uma investigação sigilosa, onde não há a apresentação de ampla defesa, eu quero que alguém vá lá na Justiça, apresente as provas, use o Ministério Público para denunciar e aí use todo o ordenamento jurídico brasileiro que está aí, não foi anulado, afinal não estamos em um estado de exceção, ao menos não oficialmente", cravou.

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