Armando rechaça boatos de dificuldades para formação de chapas proporcionais no PSDB: 'quem diz isso deve estar preocupado'
Hoje, partido em Pernambuco tem apenas um representante no parlamento, a deputada estadual Alessandra Vieira
À frente da presidência do PSDB desde o mês de março, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, que também é pré-candidata ao Palácio do Campo das Princesas, pode estar enfrentado um grande desafio: a formação de chapas proporcionais para as eleições de 2022 em uma sigla que perdeu significativo espaço no Parlamento ao longo dos últimos anos. Com apenas uma representante na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) - a deputada Alessandra Vieira - e sem sequer um nome no Congresso Nacional ou na Câmara de Vereadores do Recife atualmente, comenta-se nos bastidores que o tucanato pernambucano estaria com dificuldades para encontrar nomes competitivos para a disputa, figuras que além de fortalecer a agremiação no Legislativo, atuariam como soldados nas ruas em busca de votos para a possível candidata a governadora.
O PSDB está, hoje, em uma aliança com Cidadania, PSC e PL visando as eleições do próximo ano. Além de Raquel, esse grupo tem ainda outro pré-candidato ao governo estadual, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL). A ideia é que o mais competitivo concorra ao Executivo estadual.
Apesar de não direcionar seus comentários à aliada de Caruaru, em entrevistas recentes Anderson tem ressaltado os últimos resultados proporcionais do seu grupo político, formado por PL e PSC, como pontos que o cacifam para a disputa pelo Governo de Pernambuco. "Hoje não há mais coligações proporcionais, então cada partido precisa montar as suas chapas para deputado federal e estadual. E o nosso grupo político tem uma expertise muito grande nesse tema. Nós demos várias demonstrações de como se montar uma chapa que agrega a todos. Na Assembleia Legislativa, na eleição passada, nós fizemos cinco deputados estaduais em um único partido. Fizemos três vereadores no Recife em 2020. (...) Isso, para quem encabeça uma chapa majoritária, é um dos pré-requisitos básicos: acomodar todas as lideranças políticas para montar um time grande", detalhou o prefeito, no início deste mês.
Na visão do ex-senador Armando Monteiro (PSDB), a construção de chapas de deputado estadual e federal no PSDB está longe de ser um problema real. De acordo com ele, políticos com representatividade em várias regiões do Estado têm buscado o partido em busca de uma casa em que possam disputar o pleito do ano que vem. "A Raquel desponta muito bem nas pesquisas que temos feito, até mesmo liderando a corrida, então isso desperta um interesse muito grande das lideranças regionais", afirmou.
Questionado a respeito dos rumores de dificuldade na formação das chapas, Armando atribui os boatos à preocupação dos adversários de Raquel com a presença da tucana na disputa. "Estão dizendo muito isso e eu acho que é porque devem estar preocupados. Por exemplo, nós vamos participar na próxima sexta-feira (29) de um grande ato de filiação do ex-prefeito de Garanhuns Izaías Régis, que vai disputar uma vaga na Alepe. E ele é um cara que tem um potencial eleitoral imenso na região. E essa aproximação com o partido ocorre com várias outras pessoas, como Severino Ramos, de Paulista; o presidente da Associação dos Panificadores de Pernambuco; o ex-prefeito de Gravatá, Joaquim Neto; Douglas Cintra, que foi meu suplente no Senado. Eu não preciso nominar todo mundo, mas o que eu posso dizer é que estamos indo muito bem no processo de formação das chapas", observou o ex-parlamentar.
Ao ser perguntado se estará em uma dessas chapas de deputado ou se por acaso pensa em disputar mais uma vez o Senado, Armando disse apenas ser um "homem de missão". "Meu projeto maior é a construção dessa chapa forte da candidatura ao governo, mas tenho um sentido de missão, eu estou à disposição dessas forças para qualquer convocação que venha a ser feita", declarou.
Raquel Lyra foi procurada para comentar o tema, mas não respondeu às tentativas de contato da reportagem.