Na Espanha, Lula fala sobre convite de Bush para invadir Iraque: 'Eu tinha outra guerra: a fome'
Petista faz giro na Europa para promover uma possível pré-candidatura à Presidência em 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta quinta-feira (18), da abertura do seminário Cooperação multilateral e recuperação regional pós covid-19, em Madri, na Espanha. O petista vem fazendo um giro pela Europa encontrando lideranças políticas.
No evento, Lula condenou disse condenar o que considera ''uma inaceitável concentração de renda no planeta, enquanto milhões de famílias convivem com a mais cruel das chagas mundiais: a fome".
O petista citou como exemplo que o ex-presidente dos Estados Unidos George Bush tentou convencê-lo a aprovar a entrada do Brasil na guerra do Iraque.
“Em 2002, fui visitar o Bush e ele veio com uma preleção de 40 minutos me mostrando o quão importante era acabar com o terrorismo. Isso fazendo um apelo para que o Brasil participasse do que ele chamou de luta extraordinária para acabar com o terrorismo, invadindo o Iraque. Eu simplesmente disse para ele: eu não conheço Saddam Hussein”, disse.
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Lula ainda disse que, durante a conversa, afirmou que o Iraque ficava muito longe do Brasil e ele já enfrentava outra guerra. “Eu tive outra guerra: a fome. No meu país, a fome atingia 54 milhões de pessoas. E essa guerra eu iria fazer e iria ganhar”, completou.
O ex-presidente deve disputar a eleição de 2022 buscando voltar à Presidência da República. Ele defendeu que o mundo precisa de uma reconstrução profunda sobre os alicerces da igualdade, da fraternidade, do humanismo, dos valores democráticos e da justiça social. “Porque mesmo que sobrevivam à COVID, 800 milhões de pessoas hoje não conseguem escapar de outro terrível flagelo: a fome”, afirmou.
“Sei a dor que a fome provoca no ser humano, porque vivi na pele”, disse. “Nasci numa das regiões mais pobres do Brasil, filho de uma mãe pobre, analfabeta e lutadora, que criou seus oito filhos sozinha. Enfrentei a fome, o trabalho infantil, o desemprego, as injustiças”, relatou.