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STF determina que Governo Bolsonaro explique em cinco dias prescrição em vacinação para crianças

Decisão do ministro Ricardo Lewandowski acontece após ministro da Saúde afirmar que público infantil só será imunizado mediante recomendação de um especialista

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Cássio Oliveira

Publicado em 24/12/2021 às 18:14 | Atualizado em 24/12/2021 às 18:29
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (24), em uma ação proposta pelo partido Rede Sustentabilidade, o prazo de cinco dias para que o governo federal explique a prescrição médica para vacinação contra a covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos.

A Rede Sustentabilidade foi ao STF também nesta sexta-feira, 24, pedir que a Corte determine que o Ministério da Saúde disponibilize vacinas para crianças independentemente de prescrição médica.

Nessa quinta (23), o ministro Marcelo Queiroga defendeu a vacinação a crianças, mas somente com prescrição médica e autorização dos pais. A medida contrariou especialistas, que apontaram desnecessidade da medida, já que as vacinas são eficazes e seguras.

De acordo com a Rede, "o Brasil caminhará na contramão do consenso científico mundial se não ministrar de modo efetivo os imunizantes aprovados pela Anvisa - até o momento, a dose especial da vacina da Pfizer - para o público infantil".

A Anvisa já autorizou a aplicação das vacinas e vem sendo alvo de críticas de Jair Bolsonaro e apoiadores. A Polícia Federal investiga ameaça a diretores e servidores da agência após o presidente defender a divulgação de seus nomes.

"Quantas crianças brasileiras contrairão Covid-19 e virão a óbito ou sofrerão com as graves consequências dessa doença, pela falta do devido acesso às vacinas já produzidas com base na ciência e que já salvaram um sem número de pessoas de outras faixas etárias? Quantas crianças precisarão pagar com suas vidas pela omissão homicida e pelo negacionismo baseado na crença em teorias conspiratórias por parte de autoridades públicas?", questionou o partido ao Supremo.

No início desta semana, Ricardo Lewandowski atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e permitiu que o governo apresente um plano de vacinação infantil até dia 5 de janeiro. Ontem, Queiroga disse que esse será o prazo necessário para autorizar a imunização infantil.

O ministro também falou ontem que as mortes pela doença nessa faixa etária estão em nível que não demanda "decisões emergenciais". Conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, ao menos 1.148 crianças de 0 a 9 anos já morreram de covid no Brasil desde o início da pandemia.

"A morte de crianças brasileiras para a covid-19 são tratadas, pelo Ministro da Saúde, como mera estatística e absoluto descaso, como se fosse aceitável que pais e mães enterrem seus filhos devido ao infindável e mórbido negacionismo das autoridades que integram a cúpula do Governo Federal e se negam a fornecer, de forma célere e eficiente, as vacinas já aprovadas para esse uso pela Anvisa", indignou-se o partido no pedido.

Anvisa

O ministro Alexandre de Moraes, também do Supremo Tribunal Federal, deu 48 horas para o presidente Jair Bolsonaro se manifestar sobre um pedido para que seja investigado por suposta intimidação de servidores da Anvisa.

Moraes analisa um requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP) que acionou o Supremo após Bolsonaro defender em uma transmissão pela internet a divulgação dos nomes dos integrantes da Anvisa que aprovaram a utilização da vacina da Pfizer para crianças a partir de 5 anos. Em nota, o presidente da Anvisa e os quatro diretores da agência disseram ser alvos de "ativismo político violento".

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