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Covid-19: Paulo Câmara diz que entrega de doses para crianças está prevista para janeiro e que Pernambuco vacinará sem exigir prescrição médica

Nesta véspera de Natal, o governador anunciou que, para vacinar as crianças, o Estado não exigirá prescrição médica

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 24/12/2021 às 16:14
LUIZ PESSOA/SEI
Paulo Câmara recebe dose de reforço da vacina contra covid-19 - FOTO: LUIZ PESSOA/SEI
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Nesta véspera de Natal, dia em que tomou a dose de reforço contra a covid-19, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, anunciou que, para vacinar as crianças, o Estado não exigirá prescrição médica. "Assim que a Pfizer entregar as vacinas indicadas para uso pediátrico, o que está previsto para o mês que vem, Pernambuco vai iniciar a imunização de crianças entre 5 e 11 anos. Não será necessária a apresentação de prescrição médica", escreveu Paulo, em seu perfil no Twitter, nesta sexta-feira (24). 

A publicação do governador vem logo após o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que congrega os Secretários de Estado da Saúde, decidir que não cumprirá a exigência de receita médica para imunizar crianças contra covid-19, como recomendou, no último dia 19, o presidente Jair Bolsonaro. A decisão dos secretários é assinada pelo presidente do Conass, Carlos Lula, em carta de Natal dedicada às crianças brasileiras. 

Ainda sobre a imunização das crianças contra o coronavírus, Paulo Câmara destacou que "a vacina é segura, foi aprovada pela Anvisa e vai proteger nossos pequenos. É simplesmente inacreditável que um ano depois, o Governo Federal tente, pela segunda vez, desacreditar a vacinação. Para eles, mais de 600 mil vidas perdidas ainda não foram o suficiente". 

Na carta endereçada ao público infantil, Carlos Lula também ratifica a segurança e a eficácia das vacinas. "Eu sei que ninguém gosta de agulhas, mas vocês não precisam ter medo! Os cientistas do mundo inteiro apontam a segurança e eficácia da vacina para crianças! Ela, inclusive, já começou a ser aplicada em meninos e meninas de vários países do mundo. Infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas, com o Zé Gotinha, já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos."

Crianças, covid-19 e vacina

O acometimento das crianças com covid-19 é de menor impacto quando comparado a adulto, sendo estimado que número de casos na faixa etária pediátrica seja de 1% a 5% do total de casos confirmados. Embora apresentem formas clínicas mais leves ou assintomáticas, as crianças não estão isentas da ocorrência de formas mais graves, como a síndrome respiratória aguda grave (srag) e a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica associada à covid-19. Ressalta-se ainda que existe o risco de covid-19 longa e todas as suas consequências, especialmente em relação a aspectos cognitivos, nutricionais e de segurança.

Em artigo publicado neste JC, o pediatra Eduardo Jorge da Fonseca Lima reafirma que há razões para justificar a vacinação de crianças. "Os estudos das vacinas contra covid-19, neste grupo, tiveram os mesmos requisitos exigidos para o licenciamento de uma vacina, ou seja, imunogenicidade, eficácia e segurança. Os EUA já aplicaram mais de 5 milhões de doses da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, demonstrando segurança com a apresentação pediátrica, que utiliza um terço da dose da vacina padrão. Importante destacar que nenhum caso notificado de miocardite foi relatado neste grupo. O Canadá também tem vacinado todas as crianças acima de 5 anos, com controle rigoroso de adventos adversos, demonstrado segurança", diz.

No Brasil, até o momento, a única vacina licenciada pela Anvisa e em uso nos adolescentes maiores de 12 anos é a produzida pelo laboratório Pfizer. Em relação às crianças, a Anvisa autorizou, na quinta-feira (16), o uso da apresentação pediátrica da vacina Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. "É uma grande vitória para esse público. Agora, é necessária a compra desta apresentação pelo Ministério da Saúde", escreve Eduardo Jorge.

Ele destaca que, com a progressão da vacinação completa de adultos, os casos graves (hospitalizações e mortes) de covid-19 tendem a se concentrar em populações não vacinadas, ocorrendo um natural desvio de faixa etária, com aumento percentual de casos na população pediátrica. "Assim, a vacinação das crianças será fundamental para o efetivo controle da pandemia. Será uma nova luta que travaremos com fé, esperança e trabalho", acrescenta Eduardo Jorge.

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