Vereadora eleita para 'embelezar' mesa de Câmara no RS diz ter sido desrespeitada
Segundo a parlamentar, sua eleição ocorreu contra a sua própria vontade e demonstrou desrespeito às mulheres
A vereadora Iasmin Roloff (PT), de Canguçu, no Rio Grande do Sul, foi eleita para ocupar o posto de segunda vice-presidente da Câmara Municipal da cidade sob justificativas de que ela “embelezaria” a mesa da Casa. Segundo a petista, sua eleição ocorreu contra a sua própria vontade e demonstrou desrespeito às mulheres.
“Naquele momento me senti desrespeitada enquanto mulher, pois não foi um desrespeito apenas comigo, foi com o público feminino. No momento que se vota numa mulher apenas pela sua aparência, torna invisível toda sua trajetória e capacidade de construção e inteligência”, afirmou Roloff em entrevista ao portal UOL.
- PSB diz que Marília Arraes não pode falar em machismo contra João Campos
- "Mulheres merecem respeito com ou sem bunda de fora", declara Anitta contra o machismo
- Apresentadora da Record é demitida e expõe casos de machismo dentro da emissora
- Luciano Huck admite machismo na criação de Tiazinha e Feiticeira: "Não caberiam mais hoje"
- Diogo Moraes diz que Alessandra Vieira é "instruída pelo esposo"; deputada diz ser alvo de machismo
O fato aconteceu no dia 22 de dezembro, última sessão do ano no legislativo local. Depois de transcorridas quase quatro horas de sessão, os parlamentares iniciaram as votações para a mesa diretora. O município tem 15 vereadores — oito da base governista, seis da oposição e a vereadora Iasmin, que se declara independente. Ela colocou o seu nome na disputa e foi escolhida como candidata pela oposição. Ela, porém, não venceu a disputa, perdendo a votação para o vereador Marcelo Maron (PTB).
Eleição de Iasmin
Na sequência, os vereadores fizeram a votação para vice-presidente. Durante os votos nominais, Oraci Teixeira (PSB) afirmou: "Como diz o vereador Arion Braga, para embelezar a mesa, [voto na] vereadora Iasmin Roloff Rutz".
Na sequência, Silvio Neutzling (MDB) justificou o voto com as mesmas palavras: "Da mesma forma, para embelezar a mesa, vereadora Iasmin".
Ao final da votação, a parlamentar pediu a palavra. “Vereadores, por favor, quando forem votar em mim, que votem pela minha capacidade intelectual, e não pela minha beleza. Obrigada”, reclamou, gerando um bate-boca entre os vereadores.