Arthur do Val pede para não ser cassado; deputado saiu do MBL e se desfiliou do Podemos
Em carta, do Val pede desculpas pelos áudios sexistas que gravou sobre mulheres refugiadas, afirma ter sido "machista, desrespeitoso e imaturo" e diz aceitar sofrer uma punição, mas discorda que mereça ter o mandato cassado por quebra de decoro
O deputado estadual Arthur do Val (sem partido) apelou aos parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para que não perca o mandato na Casa como punição por áudios sexistas que gravou sobre mulheres refugiadas. Em carta enviada nesta terça-feira (8), ele também afirmou que este é seu "último ano" na Casa, e que não vai se candidatar a deputado estadual neste ano.
Na carta, do Val pede desculpas pelos áudios, afirma ter sido "machista, desrespeitoso e imaturo" e diz aceitar sofrer uma punição, mas discorda que mereça ter o mandato cassado por quebra de decoro. "Peço encarecidamente que considere a ausência de dolo e de dano a terceiros na dosimetria da pena. Se de um lado a punição é necessária, a cassação se faz excessiva", escreveu.
O deputado pediu ainda serenidade aos parlamentares para aplicar o que chamou de "uma pena justa". Apesar de afirmar que "envergonhou o nome" da Alesp, disse que há uma comoção midiática efêmera na abertura do processo de cassação.
Na Alesp, ao menos 38 parlamentares entraram com pedidos de punição ao deputado em 16 representações individuais e coletivas
De acordo com a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB-SP), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp, as possíveis sanções ao deputado são advertência, censura verbal ou escrita, perda temporária do mandato ou até perda efetiva do cargo.
O Conselho se reunirá nesta quarta-feira (9) para apurar como serão encaminhadas as representações. O prazo para a resolução será de 30 dias, de acordo com o regimento. "É importante que a gente dê uma resposta à sociedade" defendeu a deputada.
Arthur do Val também pediu sua desfiliação do Podemos e saiu do Movimento Brasil Livre (MBL). "Esperamos que no devido momento ele possa retornar à casa onde cresceu enquanto comunicador e político. De uma coisa todos podem estar certos: o MBL não irá jamais fechar as portas ao nossos melhores quadros", diz trecho da publicação do MBL anunciando a saída do político.