Para Mendonça Filho, possível saída de Marília Arraes do PT pode prejudicar 'a já fragilíssima campanha de Danilo Cabral'

Em meio à repercussão dos mais recentes embates da deputada Marília Arraes com o PT de Pernambuco, o ex-governador Mendonça Filho (União Brasil) afirmou, no início da noite desta segunda-feira (21), que caso a parlamentar confirme a sua saída do partido do ex-presidente Lula, isso será a “demonstração de que o poder do PSB está desmoronando no Estado” e que a legenda estará “construindo o caminho para a derrota nas urnas”. Mendonça apoia a pré-candidatura do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), para o Palácio do Campo das Princesas.

Informações de que Marília Arraes estaria prestes a desembarcar do PT começaram a circular na última semana, e apontavam que ela poderia se filiar ao Cidadania ou ao Solidariedade para disputar o governo ou concorrer a uma vaga no Senado na oposição. No último domingo (20), a parlamentar teve o nome indicado pelo PT para a vaga do Senado da Frente Popular, mas pouco depois lançou uma nota proibindo a sigla a usá-la "como massa de manobra" e desautorizando a legenda a mencioná-la neste tipo de negociação.

No comunicado, a deputada federal também lembrou os embates que teve com o PSB em eleições passadas e destacou que "em 2020, nas eleições para a Prefeitura do Recife, a cúpula do PT fez de tudo para inviabilizar politicamente" a sua campanha, o que, segundo ela, "ajudou a dar a vitória ao adversário", o hoje prefeito João Campos (PSB). As afirmações de Marília apontam para uma resistência da parlamentar em compor com o PSB, o que, de acordo com Mendonça, pode favorecer a oposição.

“Tudo o que ocorreu nos últimos dias é um grande fato político. É a demonstração de que o poder e o império socialistas no Estado estão desmoronando. Se Marília deixar o PT, será uma perda enorme para o partido e para o PSB, e isso fortalece demais o campo da oposição, pois claramente cria uma adversidade para a já fragilíssima campanha de Danilo Cabral”, declarou o ex-ministro da educação.

Questionado se haveria espaço para a deputada no grupo de partidos e lideranças oposicionistas do qual faz parte, Mendonça disse que seria cedo para apontar qualquer coisa nesse sentido. “Seria precipitado da minha parte antecipar os movimentos de Marília a partir de agora. Só ela pode falar sobre o próprio futuro”, cravou.

Na tarde de hoje, a deputada esteve com Lula em São Paulo para tratar sobre o seu futuro político. Por nota, ela declarou que analisou com ele a situação eleitoral em Pernambuco e reafirmou que apoiará a candidatura dele a presidente, mas não deu detalhes sobre seus próximos passos.