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Temer defende revogação de perdão a Daniel Silveira, e Bolsonaro diz 'não'

Em rede social, Bolsonaro publicou um reportagem sobre a sugestão de Temer. "Não", escreveu Bolsonaro, que acrescentou ainda um dedo polegar para cima, o sinal de 'joia'

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Amanda Azevedo

Publicado em 22/04/2022 às 19:21 | Atualizado em 22/04/2022 às 19:45
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O ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu nesta sexta-feira (22) a revogação do perdão concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) Temer disse que medida pode pacificar relações entre Poderes.

Em rede social, o presidente publicou um reportagem sobre a sugestão do ex-presidente. "Não", escreveu Bolsonaro, que acrescentou ainda um dedo polegar para cima, o sinal de 'joia'.

Na quarta-feira (20), o deputado bolsonarista foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão por incitar a violência contra ministros da Corte. O placar foi de dez votos a um pela punição. Os ministros ainda mandaram a Câmara cassar o mandato de Silveira. Na quinta, 21, Bolsonaro publicou o perdão em decreto em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no feriado de Tiradentes.

"Como a decisão do STF sobre o processo contra o deputado Daniel Silveira ainda não transitou em julgado, o ideal, para evitar uma crise institucional entre os Poderes, é que o presidente da República revogue por ora o decreto e aguarde a conclusão do julgamento", afirmou Temer, em nota.

Segundo o ex-presidente, que já atuou como conselheiro de Bolsonaro em crises passadas, "somente depois disso, o presidente poderá, de acordo com a Constituição Federal, eventualmente, utilizar-se do instrumento da graça ou do indulto".

De acordo com o emedebista, o ato poderá pacificar as relações institucionais, além de permitir ambiente de tranquilidade na sociedade. "Neste entre-tempo poderá haver diálogo entre os Poderes. O momento pede cautela, diálogo e espírito público."

O emedebista contou ao Estadão em setembro que falou com o presidente por telefone. Na conversa, Temer disse que chamar um ministro de canalha "pegava mal" para Bolsonaro. Em seguida, o chefe do Executivo manifestou vontade de conversar com Alexandre e o ex-presidente se dispôs a fazer a intermediação. Temer redigiu uma carta e expôs a Bolsonaro, que aceitou assinar Temer, Alexandre e Bolsonaro conversaram por 15 minutos por telefone. Foi Temer quem indicou Alexandre de Moraes para o Supremo, em 2017.

Leia íntegra da nota de Michel Temer:

Como a decisão do STF sobre o processo contra o deputado Daniel Silveira ainda não transitou em julgado, o ideal, para evitar uma crise institucional entre os poderes, é que o Presidente da República revogue por ora o decreto e aguarde a conclusão do julgamento. Somente depois disso, o Presidente poderá, de acordo com a Constituição Federal, eventualmente, utilizar-se do instrumento da graça ou do indulto. Este ato poderá pacificar as relações institucionais e estabelecer um ambiente de tranquilidade na nossa sociedade. Neste entre-tempo poderá haver diálogo entre os Poderes. O momento pede cautela, diálogo e espírito público.

Michel Temer

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