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Após série de ataques, Bolsonaro diz que ninguém quer interferir nas eleições e promete ir à Justiça contra a Petrobras

Declarações foram dadas pelo presidente durante sua live semanal, na noite desta quinta-feira (12)

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Lucas Moraes

Publicado em 12/05/2022 às 21:44 | Atualizado em 12/05/2022 às 21:54
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Com informações da Estadão Conteúdo

Em sua live semanal, nesta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) moderou o tom contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, depois de uma série de ataques, disse que o presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin "vê fantasmas". O presidente afirmou que não é interesse de ninguém interferir no processo eleitoral, incluindo as Forças Armadas.

 

Não existe interferência, ninguém quer impor nada, ninguém quer atacar as urnas, atacar a democracia, nada disso. Ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos. Pelo amor de Deus! A transparência das eleições, eleições limpas, transparente, é questão de segurança nacional", disse Bolsonaro. 

O presidente ainda falou diretamente a Fachin, após o ministro ter dito à tarde que "quem trata de eleições são forças desarmadas", embora tenha negado se referir ao presidente Jair Bolsonaro. 

"Eu não sei de onde ele (Fachin) está tirando esse fantasma que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral", declarou o presidente, mesmo tendo incitado uma série de ataques ao sistema eleitoral, colocando em xeque a credibilidade da urna eletrônica e o resultado dos pleitos. 

Petrobras

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ainda que vai recorrer à Justiça para tentar obrigar a Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis. Ele admitiu, no entanto, que são remotas as possibilidades de conseguir decisão favorável e reclamou de interferências do Judiciário em medidas do governo para enfrentar os efeitos da alta na inflação.

"A gente espera redução do preço. Vamos ter que recorrer à Justiça. Sabemos que, quando eu recorro, é quase impossível eu ganhar", disse Bolsonaro durante live transmitida nas redes sociais nesta quinta-feira, 12. O presidente abriu guerra contra a petroleira estatal pelos constantes reajustes no preço dos combustíveis, que influenciam no aumento da inflação. A disparada dos preços é um dos principais pontos de preocupação de Bolsonaro, que tenta a reeleição. Sem conseguir interferir na estatal, o chefe do Executivo exonerou ontem o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

"Estamos fazendo o possível na Petrobras, sem interferência, para ela entender seu papel. Entender como? Fazendo aqui mudanças, como fizemos no Ministério de Minas e Energia. Ministro Bento foi quem pediu para sair. Tínhamos um pequeno problema na Petrobras, ele decidiu assinar sua saída do Ministério de Minas e Energia", afirmou.

O presidente voltou a dizer que a Petrobras tem "lucro absurdo" e cobrou novamente que governadores reduzam a alíquota do ICMS para diminuir o preço do diesel e do gás de cozinha.

"Abri mão do imposto federal do diesel e gás de cozinha, mas lamentavelmente com o ICMS, que é o imposto estadual, eu sancionei uma nova lei, onde, no final das contas, tendo em vista a fórmula de cálculo do ICMS, o diesel tinha que reduzir 0,30 centavos. Poucas semanas depois, em uma reunião do Confaz, eles aumentaram em 0,30 centavos. A arrecadação do ICMS dos combustíveis tem batido recorde ano após ano", reclamou. Bolsonaro também culpou a interferência nos preços da Petrobras em governos petistas pelos aumentos atuais.

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