Bolsonaro chama Elon Musk de ''mito da liberdade'' em encontro
Entenda o projeto envolvendo satélites que trouxe Elon Musk ao Brasil
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), discursou na manhã desta sexta-feira (20) durante encontro com o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX. Os dois participaram de evento com cerca de 100 convidados em um hotel de luxo em Porto Feliz, São Paulo.
Segundo Bolsonaro, Elon Musk pode ser chamado de “mito da liberdade”. O presidente ainda chamou de “sopro da esperança” a negociação de compra do Twitter pelo bilionário.
“O mais importante da presença dele é imaterial. Hoje em dia, poderíamos chamá-lo de ‘mito da liberdade’”, disse Bolsonaro.
A compra do Twitter ainda não está selada e pode haver uma batalha jurídica entre o empresário e a rede social. Após o Twitter revelar em um balanço financeiro que inflou exageradamente a quantidade de usuários da plataforma entre 2019 e 2021, Musk interrompeu seu acordo de US$ 44 bilhões para adquirir a plataforma.
Ele disse que aguarda dados mais precisos sobre a proporção de contas falsas na rede social. Enquanto o Twitter caiu na Bolsa após o anúncio do bilionário, a Tesla subiu no dia. Mas ambas as empresas estão com seus papeis instáveis nas últimas semanas desde que Musk resolveu assumir a rede social.
Musk sugeriu que sua oferta para comprar o Twitter pode ser alterada se a empresa não provar que menos de 5% das contas da plataforma são falsas. A Bloomberg noticiou que Musk disse em uma conferência de tecnologia em Miami que uma renegociação da compra da plataforma por um preço mais baixo "não estava fora de questão".
O que Elon Musk faz no Brasil?
O empresário chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira para reunir-se com empresários que integram o projeto Conecta Amazônia. Seu interesse está focado nas operações da Starlink, a divisão de satélites da SpaceX, na região amazônica.
“A questão da Amazônia para nós é muito importante. Nós pretendemos e precisamos, e contamos com o Elon Musk, para que a Amazônia seja conhecida por todos no Brasil e no mundo. Mostrar a exuberância dessa região, como ela é preservada por nós e quanto malefício causam para nós aqueles que difundem mentiras sobre essa região”, afirmou o presidente.
O projeto prevê a operação de satélites de órbita baixa no Brasil. O ministro da Comunicações, Fábio Faria, já havia tido encontro com Elon Musk em dezembro do ano passado para tratar do assunto.
Segundo o ministro, o governo federal quer utilizar os satélites para levar internet às áreas rurais e lugares remotos, além de ajudar no controle de incêndios e desmatamentos ilegais na floresta amazônica.
A internet da Starlink, de acordo com informações da empresa, funciona enviando informações através do vácuo do espaço, onde se desloca mais rapidamente do que em cabos de fibra óptica, o que a torna mais acessível a mais pessoas e locais.
"Super animado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink para 19.000 escolas não conectadas em áreas rurais e para o monitoramento ambiental da Amazônia", tuitou Musk, o homem mais rico do mundo, antes da reunião com o presidente Jair Bolsonaro.
Satélites
Segundo a Starlink, enquanto a maioria dos serviços de internet por satélite atuais são possibilitados por satélites geoestacionários simples que orbitam o planeta a cerca de 35 mil km de altitude, a Starlink é uma constelação de vários satélites que orbitam o planeta a uma distância mais próxima da Terra, a cerca de 550 km.
Uma vez que estão em baixa órbita, o tempo de envio e recepção de dados entre o utilizador e o satélite - a latência - é muito menor do que com satélites em órbita geoestacionária, diz a empresa.
O direito de exploração pela Starlink no Brasil deve valer até 2027.
Com informações da AFP e do Estadão Conteúdo