Chuvas: Danilo Cabral acusa Bolsonaro de usar "tragédia como palanque"
Pré-candidato a governador pelo PSB, Danilo Cabral diz que ajuda do governo federal "é bem vinda", mas se trata de uma "obrigação de qualquer chefe de estado"
Ao contrário do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que deixou claro que não iria responder às críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), o pré-candidato ao Governo do Estado, o deputado federal Danilo Cabral (PSB), acusou o presidente de usar a tragédia provocada pelas fortes chuvas na Região Metropolitana, Agreste e Zonas da Mata Norte e Sul , como estratégia eleitoreira.
Cabral diz que estranhou "a mudança de comportamento" do presidente, que sobrevoou por algumas áreas afetadas pelos deslizamentos e alagamentos nesta segunda-feira (30), e que a agenda em Recife se tratou de um "ato político".
“A ajuda do governo federal é sempre bem-vinda, é uma obrigação de qualquer chefe de estado, mas tentar tirar proveito político-eleitoral em cima de uma catástrofe deixa bem claro quais são suas reais intenções”, acusou o parlamentar socialista. O governo federal anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para ações de socorro e reconstrução de casas no Estado.
Ainda segundo o pré-candidato a governador, essa não seria a hora politizar o debate ou de fazer palanque em relação à assistência à população. Diante da tragédia onde já foram confirmados 91 óbitos, desde a última quarta-feira (25) até as 8h desta segunda-feira (30), as ações anunciadas entre o Governo do Estado e a União estão sendo feitas de forma paralela.
UNIDADE
Além de criticar a forma como o presidente Jair Bolsonaro veio ao Estado, Danilo Cabral também afirmou que a visita dos ministros neste domingo (29), poderia ter representado um momento de unidade no país. "O Brasil real não é o que faz o presidente Bolsonaro, transformando a ajuda às vítimas em palanque eleitoral. O que Pernambuco espera, neste momento, é união, empatia, coisa que o presidente não demonstrou em todas as tragédias que o Brasil viveu sob a administração dele", criticou.
“Tantas tragédias aconteceram no Brasil ultimamente - em São Paulo, na Bahia e no Rio -, e o presidente apareceu bem longe do problema, passeando de lancha ou de motocicleta. Isso sem falar na falta de empatia dele diante das milhares de vítimas da Covid-19. Dá até para pensar que as pesquisas eleitorais estão diminuindo a insensibilidade que ele sempre demonstrou diante da perda de vidas humanas”, completou deputado federal do PSB.