Combustíveis

Aumento da gasolina: Ciro Gomes diz que crítica de Bolsonaro à Petrobras é ''teatrinho''

A Petrobras aumentou a gasolina e o diesel nesta sexta-feira (17)

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Cássio Oliveira

Publicado em 17/06/2022 às 14:22 | Atualizado em 17/06/2022 às 14:24
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Com informações do Estadão Conteúdo

Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PDT, Ciro Gomes afirmou, nesta sexta-feira (17), que o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe não têm "inteligência nem coragem" para mudar a política de preços da Petrobras e, agora, "fazem teatrinho de briga e xingamentos". "Pura demagogia eleitoreira e muito desespero", disse.

A Petrobras anunciou reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel. Os novos valores passam a vigorar a partir deste sábado (18). A empresa informou que o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. O último ajuste ocorreu em 11 de março, há 99 dias.

Para o diesel, o reajuste ocorre 39 dias depois do aumento anterior. O preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. O último ajuste ocorreu no dia 10 de maio.

"Como não têm inteligência nem coragem pra mudar a política de preços da Petrobras, Bolsonaro e sua gangue agora fazem teatrinho de briga e xingamentos. Pura demagogia eleitoreira e muito desespero."

Bolsonaro diz que a Petrobras pode mergulhar o País num caos

Também pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas à Petrobras pelo novo reajuste.

"O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais", postou o presidente.

Em seguida, ele citou a possibilidade de uma greve de caminhoneiros, em decorrência do preço dos combustíveis.

"A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo".

De acordo com Ciro Gomes, o Governo Bolsonaro deixou "a absurda política de preços correr solta durante todo governo, começaram a tomar medidas paliativas - e erradas - nas vésperas das eleições e agora perderam totalmente o controle da situação."

Política de preços da Petrobras

A política de preços citada por Ciro no Twitter está relacionada à política de Preço de Paridade Internacional (PPI) implementada em 2016 pela Petrobras, durante o governo do ex-presidente da República Michel Temer (MDB).

O reajuste da Petrobras preocupa Bolsonaro e sua equipe, que veem os preços dos combustíveis como entrave para o projeto de reeleição.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), aliado do chefe do Executivo, aumentou seu tom contra o presidente da estatal, José Mauro Coelho, e cobrou na manhã desta sexta-feira sua renúncia imediata.

Ciro Gomes disse ainda que "o desespero é total porque eles sabem que um simples reajuste decretado pela empresa derruba os supostos efeitos positivos da redução do ICMS", em referência ao o projeto de lei aprovada na Câmara que fixa o teto de 17% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. O texto vai à sanção presidencial.

"Ou seja: a população será duplamente punida porque terá menos verba para educação e saúde junto com preços altos de gasolina, diesel e gás. Tempestade perfeita", continuou Ciro.

O governo vinha tentando convencer Coelho a segurar os preços para que a proposta sobre ICMS surtisse algum efeito nas bombas dos postos de abastecimento.

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