Apuração sobre morte de petista por bolsonarista não terá interferência política, diz secretário

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, afirmou que a condução das investigações sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu por Jorge Guaranho será feita de forma isenta e que não haverá interferência política

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Amanda Azevedo

Publicado em 11/07/2022 às 16:26 | Atualizado em 11/07/2022 às 16:33
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Da Estadão Conteúdo

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, afirmou nesta segunda-feira (11) que a condução das investigações sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu por Jorge Guaranho será feita de forma isenta e que não haverá interferência política. O atirador, Guaranho, é agente penal federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), e Arruda era filiado ao PT.

"O governador determinou que a investigação transcorresse com a maior isenção possível, técnica, para que chegasse à verdade dos fatos. Posso garantir que o resultado será o mais técnico possível", disse em entrevista à GloboNews.

A aliança do governador do Paraná, Ratinho Jr., com o presidente é alvo de desconfiança entre petistas com a Polícia Civil do Estado. Eles dizem que a falta de andamento das investigações do atentado à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná, em 2018, é uma das razões para desacreditar na imparcialidade.

Na manhã desta segunda-feira (11), a Secretaria da Segurança Pública do Paraná chegou a afastar a delegada que até então conduzia o caso de Foz do Iguaçu, Iane Cardoso, das investigações.

Iane fez diversas publicações contra petistas em suas redes sociais em 2017, em que dizia, por exemplo, que integrantes do partido ou estão mentindo, ou estão "roubando e cuspindo".

Wagner Mesquita, porém, defendeu que a formação de uma força-tarefa no caso não tem relação com o posicionamento político de Iane.

A chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Camila Cecconello, vai comandar a investigação. Segundo o secretário, por ser chefe de divisão, Camila teria mais recursos "humanos e técnicos" para dar uma resposta mais rápida. Iane segue como parte da equipe.

"Ela (Camila) se deslocou para Foz do Iguaçu e naturalmente ela fica na presidência do inquérito policial por uma questão de organização e antiguidade", argumentou Mesquita. Ele também defendeu que os atos praticados por Iane estão "juridicamente perfeitos".

O PT estuda pedir a federalização da investigação sobre o assassinato do guarda municipal, após as denúncias de suposta parcialidade da delegada que condizia o caso.

"A investigação já tem muitos elementos probatórios, faltam somente as definições finais. Não acredito que estejam presentes elementos necessários para deslocamento de atribuição", argumentou o secretário.

Na entrevista, Mesquita afirmou ainda que o caso "tem vários elementos de convencimento" que indicam um ato de intolerância política, mas argumentou que apenas ao final do procedimento pode se ter um quadro concreto da principal motivação do homicídio.

O secretário informou que Guaranho ainda não foi ouvido, e que está internado em estado crítico, mas não corre perigo de morte.

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