MINAS GERAIS

Bolsonaro volta a Juiz de Fora, relembra facada e reitera críticas ao STF

O chefe do Executivo disse ter passado um "calvário" dentro do hospital. Logo em seguida, Bolsonaro reiterou críticas, embora indiretas, a ministros do STF

Amanda Azevedo
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Amanda Azevedo
Publicado em 15/07/2022 às 15:35 | Atualizado em 15/07/2022 às 18:57
DOUGLAS MAGNO / AFP
Presidente se emocionou ao relembrar atentado - FOTO: DOUGLAS MAGNO / AFP
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Da Estadão Conteúdo

Na primeira viagem de seu mandato a Juiz de Fora, Minas Gerais, cidade onde sofreu uma facada durante as eleições de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso emocionado em que relembrou o episódio, detalhando seus momentos anteriores e posteriores.

O presidente chegou ao município por volta das 9h e seguiu em motociata para um culto evangélico da 43ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus. No trajeto, uma mulher que protestava contra o presidente foi retirada do ato ao se aproximar de Bolsonaro.

O chefe do Executivo disse ter passado um "calvário" dentro do hospital. "Dizem os médicos que facada é mais grave que tiro", afirmou em culto da Assembleia de Deus.

Logo em seguida, Bolsonaro reiterou críticas, embora indiretas, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Tem alguns na Praça dos Três Poderes que querem ter poder absoluto. Eu venho falando há algum tempo: essas pessoas podem muito, mas não podem tudo", acrescentou.

Aos evangélicos, Bolsonaro ainda voltou a levantar suspeitas, sem apresentar provas, sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro.

"Eu acho que ganhei no primeiro turno as eleições de 2018, mas deixa para lá. Estou há três anos e meio sem um dia de paz, mas entendo que é missão", declarou.

Após o encontro com religiosos, Bolsonaro seguiu para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi operado após ser esfaqueado quando cumpria agenda eleitoral, em 6 de setembro de 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.

O presidente se emocionou mais uma vez ao relembrar o episódio e agradeceu aos médicos que participaram do atendimento logo após o atentado

"O que eu mais pedia no período em que eu acordei (da facada) é que a minha filha não ficasse órfã", disse.

Bolsonaro foi esfaqueado quando cumpria agenda eleitoral em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.

A Polícia Federal (PF) já concluiu que não houve um mandante para o crime e que Adélio agiu por conta própria. A Justiça considerou o autor do crime inimputável em razão de doença mental, enquanto o presidente insiste na narrativa de que foi alvo de um ataque político.

A facada voltou a ser citada pelo presidente após um militante petista ser morto por um policial penal bolsonarista em Foz do Iguaçu, no Paraná.

"Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri um (ato) disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá", afirmou ontem no Palácio do Planalto.

O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado por Jorge Guaranho, na noite de sábado, 9, quando comemorava 50 anos em uma festa decorada com imagens do ex-presidente Lula, em um clube de Foz do Iguaçu.

Guaranho é bolsonarista e tem várias postagens em suas redes sociais de apoio ao presidente. Hoje, a Polícia Civil do Paraná imputou ao apoiador do presidente o crime de homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e causar perigo comum - mas não foi mencionada qualquer motivação política.

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