Candidato a presidente decide abandonar corrida eleitoral e apoiar Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acaba de consolidar o apoio Avante para o seu palanque. Nesta quinta-feira (4), o deputado federal André Janones (Avante-MG) anunciou a retirada da sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022. 

Os dois estiveram reunidos em São Paulo, junto com a presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann e o candidato a vice presidente pelo PSB, o ex-governador Geraldo Alckmin. De acordo com a pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada,  o deputado federal tem 1% das intenções de voto.

"A frente ampla que a elite brasileira tanto alardeou, pra alegria de alguns e para tristeza de outros, se consolida neste momento, unindo o operário migrante nordestino com o filho da doméstica, cobrador de ônibus. Tamo junto Lula", declarou Janones. 

"Com o apoio do André Janones e do Avante juntamos a fome com a vontade de comer. Infelizmente a fome não saiu da pauta no Brasil. Ao contrário. Hoje temos gente de classe média usando cartão de crédito para ter o que comer", afirmou Lula. 

A desistência do Avante em ter candidatura própria para apoiar o ex-presidente Lula já vinha sendo esperada, desde a primeira declaração pública dada pelo próprio Janones, em suas redes sociais, no dia 29 de julho.

"Bolsonaro me bloqueou, Ciro não aceitou encontrar comigo, Tebet ignorou por completo minha existência, enquanto aquele que lidera as pesquisas pediu publicamente para conversar comigo. Humildade e democracia andam lado a lado. Convite aceito", publicou o então pré-candidato.

Em seguida, em seu perfil oficial, Lula respondeu:  "Combinado. Política se faz com diálogo e juntando pessoas pelo bem comum. Vou te ligar."

Ao anunciarem o apoio, André Janones destacou que Lula está encampando suas propostas para o Auxílio Brasil,  com objetivo de tornar o benefício permanente no valor de R$ 600. No dia 28 de julho, deputado federal do Avante afirmou que  a presidência da República é o meio mais rápido "para levar um auxílio de R$ 600 ao povo de forma permanente, sem fazer isso moeda de troca em período eleitoral".

"O meio mais rápido para que a mãe solo receba auxílio em dobro e assim seus filhos tenham condições de um futuro melhor, e principalmente, que tenham dignidade", disse.

Após essa postagem, o então pré-candidato a presidente recebeu o aceno de Lula para conversarem. "Fico feliz. Essa também é a causa que me motiva na política, estamos juntos nisso. Vamos conversar", disse Lula.

O ex-presidente tem criticado o aumento do auxílio emergencial do governo federal para R$ 600 em seus palanques, afirmando que o aumento se tratou de uma tática eleitoreira. Em suas falas, Lula tem incentivado que a população faça uso do dinheiro, mas que no final votem no PT. 

O aumento do auxílio tem sido uma preocupação entre petistas, em razão de seu poder de atrair eleitores mais necessitados a Bolsonaro, ao mesmo tempo que o governo federal tem buscado imprimir o benefício social como a marca do presidente da República. 

"Por isso que agora ele aprovou o auxílio emergencial que vai até dezembro. Ele aprovou R$ 600 até dezembro. Vai dar dinheiro para motorista e taxista até dezembro na perspectiva de gastar R$ 41 bilhões para ganhar as eleições. Serão as eleições mais caras do planeta Terra. Eu quero dar um conselho para vocês: se cair dinheiro na conta de vocês, peguem e comam. Porque se não eles vão tomar outra vez!", disse Lula.