Candidatos à Presidência defendem regulamentação de entregadores e motoristas; saiba propostas
Candidatos à Presidência dão atenção especial aos motoristas e demais trabalhadores intermediados por aplicativos. Saiba propostas
'Bicicletas voam na cidade que não vê dor no app', diz um poema da pernambucana Cida Pedrosa publicado no auge da pandemia de covid-19. Motoristas e entregadores de aplicativos como Uber, 99 e iFood, à margem da legislação trabalhista, ganharam atenção dos três candidatos à Presidência da República que lideram as pesquisas eleitorais.
Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) possuem propostas, em seus respectivos programas de governo, para alterar a legislação e oferecer direitos à classe de trabalhadores de aplicativos. Veja o que consta em cada documento.
Ciro Gomes classifica seu plano de governo (2,8 MB) como uma série de diretrizes do chamado Plano Nacional de Desenvolvimento. Ele propõe a redação de um novo Código Brasileiro de Trabalho (CBT), para defender práticas de proteção internacionais e as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Regulamentaremos e asseguraremos direitos para trabalhadores intermediados por aplicativos, estabelecendo patamares de higiene, segurança e de ganhos compatíveis com o Princípio de Dignidade da Pessoa Humana", diz um trecho do documento.
Lula propõe uma nova legislação trabalhista de extensa proteção social a todas as formas de ocupação, de emprego e de relação de trabalho e acesso gratuito à Justiça do Trabalho. Para isso, o plano de governo do ex-presidente (270 KB) garante um amplo debate e negociação.
Ele promete "especial atenção aos autônomos, aos que trabalham por conta própria, trabalhadores e trabalhadoras domésticas, teletrabalho e trabalhadores em home office, mediados por aplicativos e plataformas, revogando os marcos regressivos da atual legislação trabalhista, agravados pela última reforma".
Já Bolsonaro foca em na geração de emprego e afirma que, num eventual segundo mandato, concentrará forças nas políticas para formalização dos trabalhadores informais e na redução da taxa de informalidade, ainda na casa de 40% da força de trabalho.
"A estratégia de inclusão e combate à informalidade deverá contemplar alternativas contratuais inteligentes e que reconheçam a realidade desses trabalhadores nas regiões em que vivem, incluindo dos trabalhadores por aplicativos e trabalhadores rurais, dentre outros", diz o documento (2,4MB).
Salário mínimo para motoristas e entregadores de aplicativo?
Tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei para estabelecer remuneração mínima para motoristas de aplicativos de transporte privado e pago de passageiros, como Uber e 99.
O PL 1471/2022 determina que a regulamentação dos serviços de app deverá prever um valor mínimo a ser repassado ao motorista, superior ao valor horário do salário mínimo vigente. Saiba mais na Coluna de Mobilidade do JC.