Em Pernambuco, PP e União Brasil lideram candidaturas que usam cargos e referências da igreja na urna
Cerca de 18% dos candidatos a deputado federal e 14% dos candidatos a deputado estadual do PP usam, no nome de urna, palavras relacionadas à igreja evangélica
De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo menos 54 candidaturas em Pernambuco usam, no nome de urna, cargos e palavras associadas a templos religiosos, sendo 53 evangélicos e um católico. São candidatos que se classificam como pastores, bispos, capelão ou mesmo missionários.
Trata-se de um leve aumento do cenário observado em 2018, quando 49 candidatos diretamente ligados à Igreja pelo nome de urna foram registrados para deputado federal ou estadual. Desses, 4 foram eleitos e 28 ficaram como suplentes.
O levantamento, feito pelo Jornal do Commercio, não leva em conta nomes de deputados com eleitorado-base religioso, mas que não possuem termo ligado às igrejas no nome de urna, como é o caso de André Ferreira (PL) e Clarissa Tércio (PP), por exemplo.
Neste ano, o PP (Partido Progressista), comandado pelo deputado federal Eduardo da Fonte em Pernambuco, é a legenda com mais candidaturas que carregam no nome de urna o título religioso. Quase 14% dos candidatos a deputado estadual e 18% a federal da sigla possuem essa relação com o público evangélico.
A sigla, neste ano, fez uma aliança com setores conservadores fortes nas urnas, costurando novas adesões após uma série de defecções. Foi nesse contexto que criou-se a chamada Frente Bolsonarista do PP em Pernambuco.
O partido tem dez candidatos com nomes do setor evangélico. Nesta eleição, a legenda, em Pernambuco, apoia Danilo Cabral (PSB) para o Governo e Lula (PT) para a Presidência, mas a Frente Bolsonarista da sigla tem liberdade para declarar apoios no estado e, também, no contexto nacional
O União Brasil também se destaca com candidaturas evangélicas. Quase 12% dos seus candidatos à Assembleia Legislativa de Pernambuco possuem ligação, no nome de urna, à Igreja. Trata-se de uma tradução do movimento de Miguel Coelho, candidato ao Governo, à direita.
O candidato da legenda busca o eleitorado religioso conservador para galgar seu caminho num eventual segundo turno, na intenção de ultrapassar Anderson Ferreira (PL) e Raquel Lyra (PSDB). A movimentação começou quando o ex-prefeito de Petrolina fechou uma aliança com o casal Júnior e Clarissa Tércio, que foi desfeita em Brasília.
Para esta eleição, ele conta com nomes como o Pastor Jairinho e o Pastor Esdras para crescer nesse eleitorado, além do casal Collins, do PP. O União Brasil tem sete candidatos que possuem termos ligados à igreja no nome de urna.
No PL de Anderson Ferreira, aproximadamente 8% dos candidatos a estadual e federal possuem nomes evangélicos na urna. Entre o Avante, partido aliado de Marília Arraes (SD), essa parcela representa quase 12% dos candidatos à Alepe.
Veja o ranking de candidatos ligados à Igreja Evangélica, por partido:
- PP: 10
- UNIÃO: 8
- PL: 6
- PMN: 5
- AVANTE: 4
- AGIR: 3
- PTB: 3
- DC: 2
- PSC: 2
- PRTB: 2
- PATRIOTA: 2
- PMB: 4
- REPUBLICANOS: 1
- PDT: 2