Eleições 2022

Paulo Câmara define secretários que farão transição para o governo de Raquel Lyra em Pernambuco

O PSB deverá se reunir nos próximos dias para fazer uma avaliação sobre o resultado do segundo e encaminhar direcionamentos sobre o posicionamento que adotará nos estados em que não governa

Mirella Araújo Renata Monteiro
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Mirella Araújo
Renata Monteiro
Publicado em 31/10/2022 às 16:27 | Atualizado em 31/10/2022 às 18:16
Hélia Scheppa/SEI
Ainda na noite de domingo, Paulo Câmara falou por telefone com a governadora eleita, desejando sucesso em sua nova missão - FOTO: Hélia Scheppa/SEI
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O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), assinou na manhã desta segunda-feira (31), o ato que nomeia a Comissão de Transição Governamental para repassar as informações oficiais à equipe da governadora eleita, Raquel Lyra (PSDB).

A comissão, que obrigatoriamente é formada por cinco integrantes, será coordenada pelo secretário da Casa Civil, José Neto, e contará ainda com os secretários Alexandre Rebelo (Planejamento), Décio Padilha (Fazenda), Marília Lins (Administração) e Ernani Médicis (Procuradoria Geral do Estado).

"Nosso governo está à disposição para assegurar uma transição transparente e profissional à equipe de Raquel Lyra", afirmou o governador Paulo Câmara.

De acordo com o decreto estadual, a "transição de governo exige o compartilhamento de dados fundamentais relativos às ações governamentais em andamento, gestão financeira do Estado e organização administrativa, capazes de informar o candidato eleito sobre o funcionamento dos órgãos e entidades da administração pública estadual".  

O processo de transição governamental inicia-se com a proclamação do resultado oficial da eleição,  e se encerra com a posse do novo Chefe do Poder Executivo. Fontes ouvidas pelo Palácio do Campo das Princesas, afirmam que a expectativa é de que as reuniões oficiais ocorram na próxima semana.

O anúncio feito pelo governador Paulo Câmara no dia seguinte a eleição, segundo fonte ouvida pela reportagem, demostra que o processo "será feito de forma tranquila e com transparência", com uma equipe pronta para atender as solicitações feitas pela comissão da governadora eleita. 

 

Em entrevista a Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira, Raquel Lyra explicou que vai cuidar da nomeação da sua comissão de transição, nos intervalos dos compromissos que precisam ser cumpridos nesses primeiros dias pós segundo turno. 

"A gente vai cuidar disso nos intervalos, nomear a comissão de transição e fazer o encontro dessas equipes que vão permitir que a gente tenha um raio-x mais profundo do Governo de Pernambuco e com isso, aos poucos, a gente vai fazendo a definição de nomes, sem pressa, porque nós temos tempo", afirmou a ex-prefeita de Caruaru. 

Sobre a formação do governo que irá assumir a partir do dia 1º de janeiro de 2023, Raquel Lyra disse que  "não há qualquer compromisso montado, nem ninguém convidado a fazer parte do secretariado". 

"O que nós vamos fazer agora é nomear a comissão de transição, o governador Paulo Câmara me ligou ontem à noite, me parabenizando e se colocando à disposição para colocar as informações necessárias para que a partir do dia 1º de janeiro a gente comece, de fato e de direito, a governar Pernambuco", disse. 

POSIÇÃO DO PSB

O governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, se reunirá com a Executiva do partido nos próximos dias para fazer uma avaliação sobre os resultados do segundo turno.

A partir deste encontro, serão direcionados alguns encaminhamentos  as instâncias estaduais com relação a posicionamentos que o partido deve tomar nos estados em que não governa. Nas eleições, o PSB conseguiu reeleger João Azevedo, na Paraíba, Renato Casagrande, no Espírito Santo, e Carlos Brandão, no Maranhão. 

O presidente do PSB de Pernambuco e deputado estadual eleito, Sileno Guedes, afirmou que o partido não vai fazer nenhum movimento até as orientações da Executiva Nacional. Ele disse que o resultado do segundo turno já era esperado, até pelo que apontavam as pesquisas eleitorais mais recentes, com Raquel Lyra na liderança, e pelas adesões que prefeitos, aliados e lideranças estavam fazendo ao palanque da tucana.

“A nossa posição aqui no Estado foi alinhada com a do presidente Lula, não fazia sentido termos um posicionamento diferente. Agora, várias pessoas tomaram iniciativas levando em consideração as questões locais, suas bases eleitorais, mas isso não será um fator de decisão tomada. A postura do PSB foi colocado na oposição, então vamos fazer essa discussão nacional e as direções estaduais vão ser essa linha mestra”

Em Pernambuco, a governadora eleita Raquel Lyra migrou do PSB para o PSDB para disputa a prefeitura de Caruaru, em 2016, sendo reeleita em 2020,  e desde então passou a fazer oposição a gestão dos socialistas.

Uma de suas estratégias para este segundo turno da disputa foi justamente colar a imagem de Paulo Câmara, que tem um índice de rejeição de mais de 50%,  na sua adversária Marília Arraes, afirmando que eleger a deputada federal significaria um governo de continuidade. 

Nos bastidores, os socialistas estão observando como deverá ser formada a base governista, para avaliar que tipo de posicionamento adotará no Estado. As eleições de 2024 terá um peso significativo nessa reorganização de forças, já que o prefeito do Recife João Campos (PSB) deverá buscar a reeleição e não contará com apoio do Executivo estadual. 

"Liguei para parabenizar Raquel Lyra, primeira mulher eleita pro Governo de Pernambuco. Coloquei o Recife à disposição, já na transição, para construir uma relação institucional que permita fazer o Recife e PE cada vez melhores pra nossa gente. A boa política é feita com diálogo", declarou Campos, em suas redes sociais. 

"Saber respeitar a vontade do povo nas urnas é decisivo na democracia. A bonita vitória de Lula, foi o primeiro passo para o muito que temos a construir com diálogo e trabalho coletivo", completou o prefeito do Recife. 

DERROTA

Após administrar o estado por 16 anos, o PSB foi derrotado ainda no primeiro turno. O candidato indicado pelo partido, Danilo Cabral, que também tinha apoio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ficou em quarto lugar na disputa com 18,06% dos votos. 

No segundo turno, o partido emitiu uma nota afirmando que defenderia a candidatura que representasse o projeto de Lula no Estado, no entanto, não citou nominalmente a então candidata Marília Arraes  Várias lideranças, prefeitos e parlamentares migraram para o palanque de Raque Lyra, sem sofrer qualquer tipo de intervenção do partido. 

“Também quero parabenizar Raquel Lyra e desejar sucesso na nova gestão do governo do estado. Pernambuco está com a casa arrumada, as contas equilibradas, recursos em caixa e obras a serem entregues. Que ela faça um governo à altura dos anseios dos pernambucanos e pernambucanas”, disse Danilo Cabral

 


 

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