Forças Armadas

Quem vai chefiar o Exército no governo Lula? Confira os principais cotados

Conselheiros de Lula têm dito que o petista não deve inovar na escolha. Em vez disso, sugerem que ele limite a seleção à lista dos mais antigos

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Renata Monteiro

Publicado em 05/11/2022 às 8:45 | Atualizado em 05/11/2022 às 8:50
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Com informações do Estadão Conteúdo
 
A escolha do próximo comandante do Exército pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá recair sobre o general mais antigo da tropa ou um oficial que tenha a simpatia de integrantes do governo de transição. Se optar pela antiguidade, Lula entregará o comando, em janeiro, ao general Julio Cesar de Arruda, atual chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC). Conselheiros do petista, entretanto, sugerem o nome do general Tomás Paiva, comandante militar do Sudeste.
 
A lista de apostas inclui ainda dois outros nomes de generais entre os mais antigos: o chefe do Estado-Maior do Exército, Valério Stumpf, e o comandante de Operações Terrestres, Estevam Theophilo. A ordem de chegada ao posto de quatro estrelas (a mais alta patente) é a seguinte: Arruda (março de 2019), Stumpf e Paiva (julho de 2019) e Theophilo (novembro de 2019).
 
Conselheiros de Lula têm dito que o petista não deve inovar na escolha. Em vez disso, sugerem que ele limite a seleção à lista dos mais antigos.
 
"Se fosse fazer uma aposta, ficaria em torno desses três (Arruda, Paiva e Stumpf). Não é necessário (seguir a antiguidade), mas não queremos nada que cause perturbação desnecessária", disse ao Estadão o ex-ministro da Defesa e ex-chanceler Celso Amorim. "Conheço o general Tomás (Paiva) há muito tempo e o acho de excelente trato."
 
Um conselheiro de Lula aponta que tanto Paiva quanto Stumpf, ambos com experiência prévia no Planalto, são militares de perfil profissional e com traquejo político.
 
 

Relação

 
Oficiais-generais da ativa e da reserva avaliam que Lula distensionaria a relação com as Forças Armadas ao nomear como comandantes tanto do Exército quanto da Aeronáutica e da Marinha os militares mais antigos do generalato. Foi este o critério que prevaleceu nos dois primeiros governos do petista.
 
O temor na caserna era de que o presidente eleito abandonasse o critério, como fez o aliado e presidente da Colômbia, Gustavo Petro, aposentando de uma só vez quase 50 oficiais-generais.
 
"Lula tem bom senso. O menor dos problemas dele são os militares. O comandante vai ser o mais antigo, considerando que ele já fez isso e deu certo", disse o general da reserva Paulo Chagas, notório crítico do petista.
 
 

Civil

 
Militares do atual Alto-Comando e alguns já na reserva veem como positiva a escolha de um nome civil para o Ministério da Defesa, como pretende fazer Lula. Os dois políticos com mais simpatia da caserna são o ex-ministro Aldo Rebelo (hoje no PDT, oriundo do PCdoB) e o vice eleito Geraldo Alckmin. Há ainda sugestões para que Lula opte por um diplomata experiente, como fez no início do primeiro mandato, e Dilma Rousseff repetiu. Os embaixadores José Viegas Filho e Celso Amorim passaram pela Defesa.

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