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COP 27, no Egito, começa com alerta sobre a emergência climática e expectativa por participação de Lula

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27) começou neste domingo (6), no Egito

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Amanda Azevedo

Publicado em 06/11/2022 às 12:51 | Atualizado em 06/11/2022 às 14:40
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Com Estadão Conteúdo e AFP

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27) começou neste domingo (6), no Egito, com um discurso que chamou atenção para a emergência climática.

A tônica foi de celebração das conquistas da última reunião, a COP 26, em Glasgow, na Escócia, mas de entendimento que o desafio segue em nossa frente e que ainda não estamos no caminho para manter o aquecimento global em 1,5°C acima do nível pré-industrial.

"De quantos alertas os líderes ainda precisam?", questionou Alok Sharma, presidente da conferência passada (COP 26), em uma pergunta que deu o tom do discurso de abertura.

"Há muito mais a ser feito nesta década crítica", completou.

Sharma clamou que a conferência seja de "ação concreta" e frisou que progredir é possível. "Precisamos acelerar esse progresso no restante desta década decisiva. Mas acredito que podemos. Sabemos o que precisamos fazer para manter (a meta de) 1,5°C viva. Nós sabemos como fazer."

Participação de Lula na COP 27

Na segunda-feira (7), e na terça (8), será realizada uma cúpula de líderes políticos com 125 participantes, segundo dados da presidência egípcia.

Embora não vá participar diretamente deste fórum reservado aos chefes de Estado em exercício, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que participará da COP 27, aceitando um convite feito pelo Egito.

O País tem um estande oficial no evento, mas os olhos do mundo estarão mais voltados mesmo para o futuro presidente.

"A importância da presença dele está na necessidade de catalisar as agendas ambiental e social", diz a ex-ministra do Meio Ambiente nas gestões petistas Izabella Teixeira - conselheira da COP 27. "Lula é uma voz estratégica."

A presença de Lula na COP 27, porém, não apagará resultados negativos sucessivos nas taxas de desmate da Amazônia. Hoje, o País é visto com desconfiança e repúdio internacional e do atual governo pouco ou nada se espera. Da futura gestão, o nome do próximo ministro e o detalhamento da política climática transversal podem surgir. E é esperado que o País tenha a partir de 2023 uma secretaria de mudanças climáticas.

A hora de trocar a retórica pela ação

Conforme mostrou o Estadão, espera-se que a COP 27 seja a conferência da justiça climática e da implementação dos acordos: a hora de trocar a retórica pela ação. No entanto, apontam especialistas, deve ser uma reunião marcada pelas consequências da Guerra na Ucrânia e pela trava no financiamento para a adaptação e a mitigação do aquecimento global nos países em desenvolvimento.

A Guerra na Ucrânia e suas consequências estiveram presentes nas falas de abertura.

"A guerra brutal e ilegal de Putin na Ucrânia precipitou várias crises globais: insegurança energética e alimentar, pressões inflacionárias e dívidas em espiral. Essas crises agravaram as vulnerabilidades climáticas existentes e os efeitos devastadores da pandemia. Apesar desse contexto, houve algum progresso na implementação dos compromissos que firmamos em Glasgow", falou Sharma.

Na cerimônia, a presidência da COP 27 foi oficialmente assumida pelo chanceler egípcio Sameh Shoukry, eleito por aclamação. Ele frisou que o Egito está comprometido em tornar a conferência um marco, com a renovação de compromissos e ao iniciar a implementação e atingir "ação bilateral coletiva", a fim de enfrentar o que chamou de "maior desafio da humanidade nos tempos modernos".

"Todos os tipos de evidência mostram, sem dúvida, que a mudança climática é uma ameaça real para a vida das pessoas", afirmou Shoukry. "A ciência comprova que o caminho de desenvolvimento que a humanidade endossou desde a Revolução Industrial até recentemente, não é mais sustentável, e que, se continuarmos sem nenhuma mudança radical, as gerações futuras certamente enfrentarão consequências mais graves do que aquelas testemunhadas pelas gerações atuais."

Shoukry convidou as lideranças presentes a mostrar "ao mundo inteiro" que estão cientes dos desafios que se desenham e que há vontade política para combatê-los.

 

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