ALERTA
Economista da equipe de Lula, Arida faz alerta sobre PEC da Transição
A PEC da Transição foi apresentada ao Congresso nesta quarta-feira (16)
*Com informações do Estadão Conteúdo
Membro do Grupo de Trabalho da área econômica da equipe de transição do governo Lula, Persio Arida fez um alerta para que o futuro governo evite começar com uma política econômica percebida como desastrosa.
Segundo o ex-presidente do Banco Central, e um dos criadores do Plano Real, seria preciso evitar não correr o risco de repetir a crise deflagrada no Reino Unido pelo pacote fiscal da então primeira-ministra Liz Truss, que acabou renunciando ao cargo. A avaliação de Arida foi feita na semana passada.
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A PEC da Transição foi apresentada nesta quarta-feira (16), ao Congresso Nacional, e economistas avaliaram que a licença para gastos acima do teto, que pode chegar a algo como R$ 200 bilhões, deve provocar um aumento estrondoso na dívida pública e dificultar a tarefa do Banco Central de reduzir os juros, hoje em estratosféricos 13,75% ao ano.
Em evento do Lide na terça-feira (15) em Nova York, Arida afirmou que as questões fiscais e sociais caminham juntas, e não são opostas. "Do ponto de vista substantivo, sabemos que responsabilidade fiscal e responsabilidade social vão juntas, elas não são separadas ou opostas", afirmou. As informações são do Estadão Conteúdo.
"É necessário avançar nos dois fronts, não vejo nenhuma oposição entre um e outro, pelo contrário: se avançar num front e não avançar no outro, mais cedo ou mais tarde vai ser incapaz de fazer qualquer avanço."
Segundo ele, há inúmeros casos na América Latina, e mesmo no mundo desenvolvido, em que políticas sociais feitas sem responsabilidade fiscal geraram crise macroeconômica, que acabou inviabilizando as realizações sociais. Além disso, a adoção de uma política social sem fiscal "tira a base de sustentação das políticas macroeconômicas", ponderou.
O economista disse ainda que o governo poderia avançar rumo à criação de uma "Lei de Responsabilidade Social" que unificasse os programas assistencialistas e criasse metas para o setor, mas não deveria vincular receitas a esses gastos. "Seria uma lei que teria metas, com um plano a longo prazo, e sistematizando indicadores; uma lei que seria pari passu com as nossas leis de responsabilidade fiscal", disse.