Na oposição, Sileno Guedes afirma que banda do PSB na Alepe será vigilante: 'garantir os legados de Eduardo Campos e Paulo Câmara'
Em reunião realizada com a bancada estadual, o partido firmou a atuação unificada para discussões internas e nos debates sobre a eleição da Mesa Diretora
Os deputados estaduais eleitos pelo PSB de Pernambuco se reuniram, nesta terça-feira (29), na sede do partido, no Recife, para discutir o posicionamento da bancada a partir de 2023, quando se inicia a gestão da governadora eleita Raquel Lyra (PSDB).
O encontro teve como objetivo principal reafirmar que os 14 parlamentares eleitos terão uma atuação alinhada nas discussões internas e das comissões, nos debates e na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (Alepe).
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Sabe-se que houve um racha entre os socialistas durante o segundo turno das eleições, e muitos deles optaram por declarar apoio à governadora eleita. “Estamos na oposição”, afirma o presidente do PSB-PE e deputado estadual eleito Sileno Guedes, no entanto, ele explica que essa oposição não será feita para atrapalhar o novo governo, mas para garantir pontos dos quais o partido não abre mão.
“Mesmo aqueles que se posicionaram a favor de Raquel, concordam que é preciso aguardar qual será o tom que vai ser dado pelo futuro governo. Se fala muito em mudar Pernambuco, mas precisamos saber se isso vai ser um discurso eleitoral, ou se serão mudanças que tragam retrocessos em programas e políticas públicas implantadas pelo PSB e que geraram tantos benefícios à população. Se forem estas as mudanças, não vamos aceitar”, disse Sileno, em conversa com o JC.
O partido também pretende criar uma assessoria técnica unificada para ajudar a acompanhar a execução orçamentária do governo eleito. No entanto, o formato dessa assessoria e quem participará dela, ainda não foi discutido.
Na reunião, além de Sileno Guedes, estiveram outros 12 dos 14 deputados estaduais eleitos pelo PSB: Aglailson Victor, Dannilo Godoy, Eriberto Filho, France Hacker, Francismar, Delegada Gleide Angelo, Jarbas Filho, José Patriota, Rodrigo Farias, Rodrigo Novaes, Simone Santana e Waldemar Borges. O deputado Diogo Moraes não compareceu devido a um compromisso presencial na Alepe.
MESA DIRETORA
A atuação unificada da bancada estadual do PSB também visa o fortalecimento do partido em discussões, já em andamento, sobre a composição da Mesa Diretora, para a próxima legislatura.
Neste caso, por ser a sigla com o maior número de deputados estaduais eleitos na Casa, os socialistas poderiam utilizar o critério da proporcionalidade, uma prerrogativa regimental para a constituição dos cargos da Mesa e das comissões parlamentares.
O que poderia incluir também a indicação da presidência da Mesa - os nomes colocados até agora para disputar a vaga são os dos deputados Antonio Moraes (PP) e Alvaro Porto (PSDB).
“A proporcionalidade foi criada para diferenciar os iguais. Inegavelmente, se a bancada seguir unida, tem condições de ocupar espaços importantes”, disse Sileno, afirmando ainda que esse assunto ainda vai ser discutido com outros partidos aliados, “sem ansiedade”. O dirigente evitou falar sobre quais comissões e cargos estão na mira do partido, neste momento.
O PSB ocupa atualmente a presidência da Alepe com o deputado estadual Eriberto Medeiros. Porém, vale lembrar, que o parlamentar foi eleito pelo Partido Progressista e foi conduzido ao cargo após uma ampla negociação feita com os socialistas, que ficaram com a Primeira Secretaria - responsável pela administração e fiscalização das despesas da Casa.
É a vaga de 1º secretário, inclusive, que estaria sendo articulada pelos parlamentares socialistas, além da permanência da presidência das comissões de Constituição, Legislação e Justiça, que hoje é tem o deputado Waldemar Borges à frente, e a de Finanças, que é dirigida pelo deputado Aluísio Lessa - ambos do PSB.