MINISTRA DE LULA

Simone Tebet assume Planejamento e Orçamento com acenos a Haddad e promessa de inclusão dos pobres

Como outros ministros de Lula, Tebet criticou o cenário de destruição em que o novo governo assume

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 05/01/2023 às 14:32
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto. - FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), destacou nesta quinta-feira (5) a importância da recriação da pasta no novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), extinta no governo Jair Bolsonaro, que a incorporou em um superministério da Economia. Tebet afirmou que a sua equipe será multidisciplinar e garantiu que o resto do governo poderá cobrar a ela e aos outros ministros da equipe econômica sobre o Orçamento, que terá diagnósticos bem elaborados e estratégias condizentes com a receita.

"Eu, Esther (Dweck, ministra da Gestão) e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) somos ministérios-meio, sintam-se à vontade para nos cobrar. Vamos compor as caixinhas do orçamento público. Somos alicerce, como base de suporte para todos os ministérios, o que significa diagnósticos bem elaborados, metas factíveis e estratégias condizentes com fontes de recursos", disse Tebet, em sua cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto.

Como outros ministros de Lula, Tebet criticou o cenário de destruição em que o novo governo assume em diversas áreas e vinculou à ausência de um ministério do Planejamento. Algo que, segundo ela, Lula colocou como meta em seu terceiro mandato. "Nos últimos quatro anos faltou vacina, remédio, comida, emprego, cultura, sensibilidade. Foi negada dignidade e cidadania, pessoas com fome, desnutrição, mais de 5 milhões de brasileirinhos com o estômago vazio, 40 milhões em emprego informal e milhões de desalentados sem esperança de emprego."

Tebet ainda fez uma metáfora da importância do Planejamento com o diagnóstico de uma doença.

"A importância do diagnóstico é tamanha que, sem ele, seria algo assim como primeiro ir à farmácia, pesquisar os remédios disponíveis e os preços de cada um, para, somente depois, determinar a doença do paciente. Periga enfaixar braços, quando o mal poderia ser úlcera no estômago."

A ministra também destacou, que apesar dos percalços nos últimos anos, a pasta ainda tem um corpo técnico qualificado, com o apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgãos que ficaram sob o guarda-chuva de seu ministério. "Estaremos prontos para apresentar os melhores diagnósticos e propor caminhos para deixarmos de sermos um dos países mais desiguais de todo o planeta."

Agradecimento de Tebet a Lula

Ao agradecer o presidente Lula, que não estava na solenidade, pela nomeação “em um dos ministérios mais importantes" do governo, Simone Tebet, que nunca escondeu preferência pela área social, disse como recebeu o convite para o Ministério do Planejamento.

A ministra contou que antes do Natal recebeu um envelope do presidente Lula e que ele pediu que ela só abrisse após o Natal. Ao abrir o envelope, viu o convite para chefiar a pasta e ficou surpresa. Ela lembrou a Lula sobre as "divergências econômicas" com os demais integrantes da equipe, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Lula me ignorou, como se dissesse: 'é isso que eu quero. Sou um presidente democrata. Quero diferentes para somar, pois assim que se constrói uma sociedade democrática'", ressaltou a ministra sob aplausos.

"Os pobres estarão prioritariamente no orçamento público. A primeira infância, idosos, mulheres, povos originários, pessoas com deficiência, LGTBQIA+. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis. Tem de abarcar todas essas prioridades, sem deixar de ficar de olho na dívida pública", destacou Tebet.

Ela ainda disse que pretende conciliar as promessas de governo e os programas sociais com a responsabilidade fiscal, mas reconheceu que não será uma tarefa fácil.

“O cobertor é curto. Não temos margem para desperdícios ou erros. Definidas as prioridades por cada ministério, caberá ao Ministério do Planejamento, em decisão técnica e política com as demais pastas econômicas e com o presidente Lula, o papel de enquadrá-las dentro das possibilidades orçamentárias”, disse durante a cerimônia com mais de 1 mil pessoas, segundo a assessoria da ministra.

Perfil de Simone Tebet

Natural de Três Lagoas (MS), Simone Tebet (MDB), 52 anos, é advogada e professora universitária. Pelo Mato Grosso do Sul foi deputada estadual, secretária de governo, vice-governadora, prefeita de Três Lagoas e senadora.

Nas eleições de outubro de 2022 foi candidata à presidência da República e ficou em 3º lugar no primeiro turno, com 4,16% dos votos (cerca de 5 milhões de votos). No segundo turno, ao declarar apoio a Lula, ela participou ativamente da campanha e teve papel considerado importante na vitória do petista.

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