O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo Lula no Congresso, sugeriu, em uma publicação em suas redes sociais, que a prisão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pode ser um "recado" para outros integrantes do governo Jair Bolsonaro.
Em cumprimento de mandado do Supremo Tribunal Federal (STF), Torres foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal, no Aeroporto de Brasília, ao retornar dos Estados Unidos.
Ele foi levado ao 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará, em Brasília.
No mandado de prisão, o ministro do STF Alexandre de Moraes considerou que Torres, como secretário de Segurança do Distrito Federal, foi considerado conivente com os atos antidemocráticos do último domingo, em Brasília, que culminou na invasão e depredação da sede dos Três Poderes.
"A prisão de Anderson Torres foi mais um recado àqueles que passaram os últimos 4 anos desrespeitando a Lei e conspirando contra o País. Agora não cabe desculpas, cabe responsabilização. O Brasil está dizendo ao mundo que não dará espaço para o golpismo", disse Randolfe.
No dia dos atos golpistas, o governador do DF, Ibaneis Rocha, afastado do cargo por Moraes, pediu desculpas aos chefes dos Três Poderes pelo ocorrido em Brasília, após condenar as ações radicais.
Prisão
Torres chegou à capital federal às 7h18, no voo 7749, da Gol, que chegou com uma hora de atraso. Ele embarcou na noite desta sexta-feira, 13, no aeroporto de Miami. Ele estava com a família em Orlando, mesma cidade para onde viajou Bolsonaro antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao mandar prender Torres e também o ex-comandante da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, Moraes disse ver "fortes indícios" de que eles foram "coniventes" com os atos golpistas em Brasília.
Vieira foi preso na terça-feira, 10, na capital federal. O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi, ainda, afastado do cargo, por 90 dias, em decisão de Moraes já chancelada pelos integrantes da Corte.
Em uma rede social, quando ainda estava nos EUA, Torres havia dito que retornaria ao Brasil para se entregar à Justiça e preparar sua defesa. Ele negou que tenha sido conivente com os atos em Brasília.
Na terça-feira, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres. Durante a ação, foi encontrada uma minuta de decreto presidencial de estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo, de acordo com o rascunho, era reverter o resultado da eleição em que Bolsonaro foi derrotado pelo atual presidente Lula.
Também nas redes sociais, Torres disse que a minuta apreendida pela PF "muito provavelmente" estava em uma pilha de documentos para descarte. Segundo ele, o material foi "vazado fora de contexto".
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