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Marília Arraes está cotada para assumir a superintendência da Sudene no governo Lula

Se a negociação vingar, Marília Arraes será a primeira mulher a ocupar a superintendência da Sudene, desde 1959, quando ela foi criada pelo economista paraibano Celso Furtado, há 64 anos

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 18/01/2023 às 19:39
REDES SOCIAIS
Lula e Marília vão dar coletiva de imprensa nesta sexta-feira (14), acompanhe ao vivo encontro - FOTO: REDES SOCIAIS

A deputada federal e candidata derrotada nas eleições para o governo de Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade), está cotada para assumir a superintendência da Sudene no governo Lula. Ela será acomodada na cota pessoal do presidente, que tem em Marília uma importante aliada política e uma pessoa da lista dos "afetos de Lula".   

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Aos poucos, a Sudene foi perdendo sua capacidade de promover o deenvolvimento regional e abrigando muitos políticos na superintendência - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Marília está em Brasília discutindo a  proposta e poderá retornar à Pernambuco com a confirmação. Se a negociação vingar, ela será a primeira mulher a ocupar a superintendência da Sudene, desde 1959, quando ela foi criada pelo economista paraibano Celso Furtado, há 64 anos.    

A indicação para a Sudene é uma tentativa de reconhecer Marília por seu apoio durante toda a campanha e uma tentativa de contemplá-la em algum cargo, já que ela não ocupou nenhum ministério no governo Lula. No universo das especulações também chegou a se comentar que o ex-governador Paulo Câmara (PSB) poderia ocupar o cargo, mas ele voltou para a sua casa original, o Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Lula em visita a Marília Arraes no Recife em 2019. Foto: Arthur Marrocos/Divulgação
Lula em visita a Marília Arraes no Recife em 2019. Foto: Arthur Marrocos/Divulgação - Lula em visita a Marília Arraes no Recife em 2019. Foto: Arthur Marrocos/Divulgação

Nos últimos anos, a Sudene perdeu força e se afastou do seu propósito de contribuir para alavancar o desenvolvimento regional. No governo Lula, a expectativa é que a Sudene volte a ganhar importância, uma vez que a estratégia é olhar para o Basil não com um País de população homogênea, mas observando a diversidade regional. 

Por esse viés, Marília poderá aproveitar sua passagem pela autarquia como primeira mulher a ocupar o cargo de superintendente e com a missão de promover o desenvolvimento regional para se capitalizar politicamente para novas disputas eleitorais.  

ATUAÇÃO DA SUDENE

A área de atuação da Sudene contempla os nove Estados do Nordeste (Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará , Sergipe, Maranhão e Piauí), além de alguns municípios de Minas Gerais e Espírito Santo. Para 2023, a autarquia conta com um orçamento de R$ 34,6 milhões para investir nos 11 Estados, por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).  

A estimativa de aplicação dos recursos do FNE para 2023 autorizada pelo Conselho projeta um valor R$ 8,1 bilhões para a Bahia, R$ 5 bilhões para o Ceará R$ 4,7 bilhões para Pernambuco, R$ 3,6 bilhões para o Maranhão, R$ 3 bilhões para o Piauí, R$ 2,1 bilhões para o Rio Grande do Norte, R$ 2 bilhões para Minas Gerais, R$ 1,7 bilhão para Alagoas, Paraíba e Sergipe (cada um) e R$ 547,4 milhões para o Espírito Santo. 

O último superintendente a ocupar o cargo foi o general Carlos César Araújo Lima, em novembro de 2021, no governo Jair Bolsonaro. Apesar de ser nordestino de Fortaleza tinha poucas credenciais em desenvolvimento regional e muitas habilidades militares.   

O general era pós-doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e especialista em Logística Militar. Também tinha bacharelado em Administração de Empresas pela Academia Militar das Agulhas Negras e MBA em Administração (Fundação Getúlio Vargas).

Arquivo pessoal
Relação de Marília Arraes e Lula é antiga. A deputada conheceu o presidente nas reuniões do governador Miguel Arraes, quando ainda era criança - Arquivo pessoal

DESENVOLVIMENTO REGIONAL 

Coinciência ou não, em dezembro de 2022, Marília Arraes escreveu um artigo no site do Solidariedade intitulado "Desenvolvimento regional é prioridade para o Brasil". O exto fala de como durante os governos Lula e Dilma, a região Nordeste recebeu investimentos que ajudaram no desenvolvimento e contribuíram para reduzir a pobreza.

"Acesso à educação, saúde, emprego. Esses são, sem sombra de dúvida, alguns dos principais fatores para a promoção da redução das desigualdades regionais no Brasil. Nos governos Lula e Dilma, a combinação de políticas sociais inclusivas e grandes obras de infraestrutura implementadas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil criaram as condições para importante e incontestável salto no desenvolvimento dessas regiões, que vêm gradativamente aumentando sua participação na produção das riquezas do país, mas que desde 2015 vem sofrendo com os retrocessos implantados por gestões anti-povo, para quem o Nordeste e o Norte são tratadas como “regiões fadadas à pobreza e a fome”, diz parte do artigo. 

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