A eleição da nova composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) será realizada no dia 1º de fevereiro, logo após a cerimônia de posse da 20º legislatura dos parlamentares estaduais.
O desenho que vem consolidado aponta a candidatura do deputado Álvaro Porto (PSDB) praticamente como certa para ocupar a presidência da Casa - ele teria em tese o voto de 35 dos 49 deputados. No entanto, o Partido Progressista (PP), que possui uma das maiores bancadas da casa, com oito parlamentares, não abriu mão do nome de Antonio Moraes (PP) para disputar o cargo.
Em paralelo, o comando da Primeira-Secretaria da Alepe continua sendo a vaga mais disputada pelos partidos. Isso porque o primeiro secretário tem o chamado “poder de bastidor”, ele é o grande mobilizador de recursos ordenadores de despesa. Nesse pleito quem tem ganhado apoios significativos é o deputado estadual Gustavo Gouveia (Solidariedade).
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Nesta sexta-feira (27), o PSB e o União Brasil oficializaram o apoio às candidaturas de Porto e Gouveia, que também já tinham recebido a adesão do Republicanos, PL e do bloco formado pelo PT, PV, PSOL e PCdoB - este último só não declarou apoio a Gustavo Gouveia.
Por nota, os deputados estaduais eleitos pelo PSB, que detém a maior bancada da Alepe, com 13 parlamentares, explicaram que a posição do partido foi tomada após um intenso processo de escuta realizado nas últimas semanas.
“A futura bancada do PSB entende que essas candidaturas reúnem as condições para assumir essa missão com base em suas trajetórias parlamentares, na capacidade de diálogo e no trânsito dentro e fora da Alepe, o que certamente vai contribuir para que se realize uma gestão aberta à incidência da sociedade e compromissada com os valores democráticos”, disse o comunicado, que só não teve a assinatura do deputado Aglailson Victor, que manteve sua candidatura para a Primeira-Secretaria.
A bancada do União Brasil, composta por cinco deputados, também ressaltou a capacidade de diálogo dos deputados Álvaro Porto e Gustavo Gouveia com seus pares e com o Poder Executivo.
“O grupo consolida o apoio aos colegas, ressaltando a confiança de que ambos vão trabalhar por uma Assembleia Legislativa mais fortalecida, com uma atuação compromissada e em sintonia com os anseios da sociedade pernambucana”, informaram também por nota.
O PL além de formalizar o apoio também indicará o deputado estadual Joel da Harpa para ocupar uma vaga na Mesa Diretora, que ainda será definida.
Para o deputado Renato Antunes (PL), quando se tem respeito pela pluralidade de pensamentos de diversos partidos, é importante trazer isso para a discussão sobre a formação da Mesa Diretora. “O PL esse espaço implica dizer que vamos participar das decisões políticas de pauta e também administrativa que a Casa tomar”, disse.
Os 49 deputados estaduais de Pernambuco também eleger os representes para os cargos de 1º vice-presidente e 2º vice-presidente, as cadeiras correspondentes a 2º, 3º e 4º secretárias, além dos suplentes.
INTERFERÊNCIA
A eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa tem sido debatida sem grandes interferências por parte da governadora Raquel Lyra. Mas, diante da falta de sinalização política na composição do seu secretariado, a chefe do Executivo estadual não pode subestimar a relação de tranquilidade com o Legislativo neste início de governo e nem menosprezar as construções partidárias.
“O estilo Raquel Lyra tem se mostrado muito diferente de gestões anteriores, fazendo uma opção de uma maior neutralidade em relação a essas questões. Quando a gente olha pro âmbito nacional, a gente vê que a participação do presidente da República na escolha da Mesa Diretora torna-se algo decisivo exatamente pelo poder de agenda que o presidente da Câmara e, no caso daqui do Estado, da Assembleia Legislativa, ele tem”, avalia a cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), Priscila Lapa.
Ainda segundo a docente, a postura adotada por Raquel no momento em que a eleição de Álvaro Porto - um dos seus principais aliados - se dá como garantida, ela se retrai para “não gastar balas na agulha desnecessariamente”.
“A questão de ter um partido como PP, que sempre foi decisivo na construção de relações dentro da Assembleia Legislativa, você de certa forma melindrar essa relação, pode ser que a médio prazo isso não se mostre eficiente e necessite de uma revisão por parte da governadora”, disse Lapa.
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