MINISTRO DA DEFESA DE LULA

Ministro da Defesa reconhece ter subestimado bolsonaristas em Brasília e garante não ter projeto político

José Múcio Monteiro concedeu entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal

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Publicado em 27/01/2023 às 19:31
JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa - FOTO: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Após a demissão do comandante do Exército, menos de um mês após a definição do nome, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a decisão foi pessoal e defendeu não ter um ‘projeto político’. O pernambucano reconheceu ter subestimado a ação de bolsonaristas que estavam em Brasília e invadiram as sedes dos Três Poderes.

“Primeiro, tudo está sendo apurado. São muitos inquéritos. Subestimou-se o que poderia acontecer. Acho que todos falharam, de certa forma, uns mais e outros menos. Começou com os acampamentos, que eu mesmo disse ser atos democrático”, reconheceu o ministro pernambucano.

Segundo Múcio, a ‘primeira pergunta’ que precisa ser feita é: ‘Por que o GDF (polícia do Distrito Federal) não participou, não ajudou, onde está a conveniência?’.

Ainda de acordo com o ministro, nem tudo veio a público, mas está sendo apurado. Ele reforçou que há quase mil inquéritos em andamento e reafirmou que militares envolvidos nos atos de vandalismo e extremismo serão punidos.

“Lula teve duas datas de posse: primeiro de janeiro; e outra foi a posse do dia 8 de janeiro, depois dos distúrbios - onde tivemos brasileiros golpistas misturados com vândalos e anarquistas, sem aparecer liderança. Mas serviu de alerta para que nós tratássemos de cuidar desse problema com o detalhamento devido”.

Para José Múcio, a troca do comando do Exército foi necessária, para encerrar a ligação com o governo anterior. “Estou esperançoso que vamos viver a partir de agora um tempo bom. Houve troca de comando, que não foi coisa simples. Foi uma decisão pessoal, que deu certo. É traumático, mas de qualquer forma tinha de pensar no governo. Aconteceu e está tudo começando a andar bem”.

Múcio ainda reconheceu que pode ser um problema para o PT, mas disse que de sua parte não há problema algum com qualquer legenda política.

“O PT não me querer eu entendo, meu lugar pertence ao Presidente da República, e eu sou o ministro mais fácil dele tirar daqui, não precisa ligar para nenhum líder. Ele mesmo me indicou” [...] Eu vim para servir a um amigo, não tenho filiação partidária, não tenho projeto político, já estou numa idade que não preciso mexer no meu currículo. Zelo pelo meu conceito. Sei porque vim para cá, sou um homem paciente. Estou trabalhando desde a última semana de novembro, tivemos negociações duras com o governo anterior, com os comandantes anteriores”.

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