legislativo

Polarização Lula x Bolsonaro marca posse do novos deputados federais e senadores

Na posse e na eleição da Câmara e do Senado, parlamentares pró-Lula e pró-Bolsonaro travaram embates com cartazes, bandeiras e gritos de guerra no plenário

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 01/02/2023 às 22:56
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação de parlamentares na cerimônia de sessão de posse da 57ª Legislatura da Câmara dos Deputados Federais - FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Deputados e senadores assumiram seus cargos ontem e reelegeram os presidentes do Poder Legislativo em clima de polarização política. Na posse e na eleição da Câmara e do Senado, parlamentares pró-Lula e pró-Bolsonaro travaram embates com cartazes, bandeiras e gritos de guerra no plenário.

A oposição se mobilizou de forma como não havia sido vista há quatro anos, transformando a disputa interna em uma espécie de terceiro turno. O Congresso refletiu a radicalização eleitoral de 2022. Reeleitos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), falaram em "pacificação", em "desarmar espíritos" e na convivência "civilizada".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu o antecessor Jair Bolsonaro. Apoiou a recondução de dois políticos do Centrão, nas duas Casas. Foi movimento estratégico para garantir estabilidade, em vez de lançar candidatos alinhados ideologicamente ao governo.

Antes do início da eleição na Câmara, as bancadas governista e da oposição travaram uma batalha de "gritos de guerra". Do lado esquerdo, apoiadores de Lula puxaram o coro: "Olê, olê, olê, olá; Lula, Lula". Do lado direito, a oposição respondeu: "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Deputados de esquerda emendaram com um grito contra Bolsonaro: "Sem anistia, sem anistia". A bancada do PT entrou de braços dados no plenário, com uma bandeira vermelha do partido e uma do Brasil.

Logo no primeiro dia de funcionamento do Legislativo, a oposição ao presidente lançou uma campanha contra o petista, com a mensagem de "Fora, Lula" e "Fora, ladrão". Dois pedidos de impeachment de Lula já foram protocolados - por enquanto, no entanto, não há chance de prosseguirem.

Michelle

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro foi pessoalmente ao Senado para entrar na campanha de Marinho, sustentada pelo Centrão. Questionada se o ex-presidente não havia retornado dos Estados Unidos, onde está desde 30 de dezembro, por temer ser preso, ela respondeu: "Não é ele que tem de ter medo de ser preso".

Poucos minutos depois, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entrou no Salão Azul no Senado. Ele foi informado de que Michelle estava ali pedindo votos para Marinho. "Eu acho que o fato de o marido dela ter fugido do País, não ter passado a faixa presidencial e ter se recusado a admitir a derrota não é um bom cartão de visita", disse Padilha.

Direita

O embate de ontem marcou a posição da força da direita na Câmara "A oposição entende que Lula deveria estar na cadeia, não na Presidência", disse o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS). "O 'Fora, Lula' vai se manter enquanto ele for presidente."

Ao menos 25 parlamentares usaram no plenário os adesivos distribuídos na liderança do PL. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, era um dos líderes do movimento "Vamos para cima porque paz não vai ter aqui. Fizeram quatro anos de guerra com a gente", afirmou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em vídeo publicado nas redes sociais.

"Tudo que não precisamos é transformar o plenário quase que num ringue, como nós vimos hoje (ontem)", declarou o deputado Aécio Neves (PSDB-MG). De acordo com o parlamentar tucano, o PSDB será oposição ao governo Lula.

Comentários

Últimas notícias