política monetária

Pacheco diz que autonomia do BC é um avanço e que Campos Neto é bem preparado

Ao classificar Campos Neto como um homem preparado, o senador também citou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conferir estabilidade ao País

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Publicado em 08/02/2023 às 22:54
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"Vamos buscar cuidar das questões do País e enfrentar os problemas dentro dessa realidade que existe", declarou Pacheco - FOTO: Sergio Lima / AFP

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a autonomia do Banco Central é um avanço que afasta critérios políticos de algo que tem um aspecto técnico muito forte. De acordo com ele, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, é um homem bem preparado.

"Vamos buscar cuidar das questões do País e enfrentar os problemas dentro dessa realidade que existe, dessa autonomia do Banco Central, e buscar criar as pontes necessárias entre as pessoas envolvidas para que a gente possa ter um propósito comum bem-sucedido", declarou Pacheco, na noite desta quarta-feira, 8

Ao classificar Campos Neto como um homem preparado, o senador também citou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conferir estabilidade ao País. Na avaliação dele, ambos são pessoas de boa intenção. "Quando homens de boa intenção se reúnem, os problemas se resolvem", disse.

Líderes petistas na Câmara apoiam convite para Campos Neto explicar juros

Líderes petistas na Câmara decidiram nesta quarta-feira, 8, apoiar o convite para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vá ao Congresso explicar a política de juros da instituição.

Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou as críticas à atuação da autoridade monetária, mas hoje o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que não há nenhuma ação no governo para reverter a autonomia do BC.

Após uma reunião da base aliada, o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), disse que assinou um requerimento de urgência apresentado pelo PSOL para que Campos Neto seja convidado a dar explicações na Câmara sobre a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 13,75% na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) afirmou que também vai assinar o documento.

A aprovação do requerimento de urgência é necessária para que o convite a Campos Neto seja votado no plenário de imediato. O pedido foi apresentado pelo líder do PSOL na Câmara, Guilherme Boulos (SP), que espera que a votação ocorra na semana que vem. O deputado também tem expectativa de que mais lideranças da base governista assinem o documento até a próxima terça-feira, 14, depois de consultarem suas bancadas.

"Nós assinamos aqui, não sei todos os líderes da base, mas a maioria assinou, eu também assinei, um requerimento convidando o presidente do Banco Central, como qualquer autoridade, para vir aqui explicar, dar satisfação. Para mim, ele vai ter de explicar o inexplicável", disse Zeca Dirceu.

"Fizemos uma conversa, e eu mesmo aconselhei a proposta do líder do PSOL, deputado Boulos, que nós transformássemos em um convite É bom debater, isso não pode gerar estresse, nem no mercado, nem entre governo, nem oposição", afirmou Guimarães. "Eu não assinei ainda, mas vou assinar", emendou. Pela lei da autonomia do BC, Campos Neto não pode ser convocado pelo Congresso, apenas convidado a comparecer ao Legislativo.

De acordo com Dirceu, também foi discutida na reunião de hoje da base governista a possibilidade de se formar uma comissão de deputados que iriam ao BC levar questionamentos a Campos Neto. O líder do PT na Câmara disse que não houve consenso em torno dessa proposta, mas que ela não foi descartada por completo.

Antes de entrar na reunião, Boulos afirmou que também não há consenso na base do governo para apoiar o projeto de lei (PL) que revoga a autonomia do BC. O PL foi anunciado ontem pelo PSOL, após Lula intensificar as críticas ao nível da Selic. Boulos chegou a chamar Campos Neto de "infiltrado" do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Para o deputado, o presidente do BC age para boicotar a retomada do crescimento econômico ao manter a Selic no nível atual.

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