NOMEAÇÃO

Raquel Lyra nomeia novo presidente do Detran; nome escolhido é ligado ao ex-prefeito Anderson Ferreira

Ex-secretário de Habitação de Jaboatão dos Guararapes, o novo presidente do Detran também atuou como superintendente da CBTU, que opera o Metrô do Recife.

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 18/03/2023 às 12:09 | Atualizado em 20/03/2023 às 9:17
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Governadora Raquel Lyra, na pré-campanha, com o então candidato ao governo Anderson Ferreira - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), nomeou o novo diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran), o advogado Carlos Fernando Ferreira.

Ex-secretário de Habitação de Jaboatão dos Guararapes, o novo presidente do Detran também atuou como superintendente da CBTU, que opera o Metrô do Recife. 

Carlos Fernando Ferreira é um nome ligado ao ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira, e sua indicação tem sido vista, nos bastidores, como um gesto político importante por parte da governadora Raquel Lyra, que priorizou na escolha do primeiro escalão da sua gestão perfis majoritariamente técnicos.

Ainda assim, esse não seria o único espaço político cedido ao Partido Liberal. A secretária estadual de Educação, Ivaneide Dantas, também foi uma indicação de Anderson Ferreira. Ela havia sido titular da pasta de Educação em Jaboatão dos Guararapes, na gestão do ex-prefeito.

A nomeação de Carlos Fernando Ferreira foi publicada na edição do Diário Oficial deste sábado (18). Também foi nomeado para o cargo de diretor-geral do Detran, André Trajano de Oliveira, que é outro nome ligado a Anderson Ferreira. Em Jaboatão ele foi secretário executivo de Turismo e Cultura.

CBTU/DIVULGAÇÃO
Novo superintendente do Metrô do Recife, o advogado Carlos Fernando Ferreira - CBTU/DIVULGAÇÃO

ALIANÇA

O PL, que pleiteou o Governo de Pernambuco com a candidatura de Anderson Ferreira, não declarou apoio oficialmente a Raquel Lyra no segundo turno das eleições. No entanto, o ex-prefeito deixou claro em diversas ocasiões que sempre manteve um bom diálogo com a líder tucana. 

Na Alepe, o partido tem cinco deputados estaduais que integram a chamada "bancada independente", mas essa configuração não impedem deles atuarem alinhados com o Executivo. Um exemplo recente ocorreu na eleição das comissões parlamentares. 

O PL destituiu o deputado Coronel Alberto Feitosa, da liderança da legenda, transferindo o posto para Nino de Enoque, após uma reunião realizada no Palácio do Campo das Princesas, no dia 28 de janeiro, na véspera da nova convocação para eleger os presidentes dos três principais colegiados: Justiça, Finanças e Administração Pública. 

O novo líder do partido indicou o deputado Renato Antunes para a vice-presidência na comissão de Administração Pública e membro titular nos outros dois colegiados. 

Esse movimento foi visto como uma manobra para o PSDB assegurar o comando da Comissão de Justiça, que é presidido pelo deputado Antônio Moraes (PP), e Finanças, que é comandado pela deputada Débora Almeida (PSDB). 

“O movimento foi feito dentro do Palácio do Governo, à noite, na sala da governadora e o documento foi assinado na mesa da governadora. Para mim é uma total interferência do Poder Legislativo, isso abre um precedente horrível”, disparou Feitosa.

Ele também afirmou ter sido surpreendido com a destituição.  “Não se interferiu no trâmite do processo, mas diretamente do partido para fazer valer a vontade da governadora. Todo mundo ficou abismado, se solidarizando e com sentimento de precedente que pode acontecer a qualquer momento”, completou o parlamentar.

DEFESA

O deputado Renato Antunes negou que a governadora Raquel Lyra tenha interferido nesse debate. O parlamentar, posteriormente, disputou o comando da Comissão de Educação, e tinha a simpatia do Palácio para presidir o colegiado. Entretanto, por três votos a dois, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB) acabou sendo vencendo o bate-chapa. 

Novamente, foram feitas acusações de que o Executivo também interferiu na eleição para a presidência da comissão, que também seria de interesse de Raquel Lyra de que fosse comandada por um aliado. “Eu não vi nenhuma interferência do governo, o que houve foi uma disputa republicana. Waldemar Borges no direito dele e a gente nosso direito de também brigar pela proporcionalidade. A disputa foi feita no voto", disse Antunes, ao JC

 

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