Polícia Federal não apreendeu computador da Abin com Carlos Bolsonaro
Jornalista da GloboNews corrige informação sobre apreensão de equipamento da Agência Brasileira de Inteligência
Após divulgar que a Polícia Federal (PF) apreendeu um computador da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em um dos endereços de Carlos Bolsonaro, nos quais foram realizados mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (29), a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, corrigiu a notícia e informou que o computador foi encontrado na residência de uma outra pessoa investigada pela PF.
De acordo com a nova informação, o equipamento, na verdade, teria sido encontrado na casa do militar Giancarlo Gomes Rodrigues - que atuou como assessor do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), quando ele esteve à frente da ABIN no governo de Jair Bolsonaro.
Como a esposa de Giancarlo é servidora da Agência Brasileira de Inteligência, a Polícia Federal apreendeu o computador para fazer a devida perícia para investigar quem utilizava o aparelho. "Giancarlo Gomes Rodrigues, por determinação do Dr. Alexandre Ramagem, teria feito monitoramento injustificado do advogado Roberto Bertholdo, que teria proximidade com os ex-deputados Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, à época tidos como adversários políticos do governo", dizia uma trecho dos autos do processo.
Buscas da Polícia Federal
A operação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da ABIN na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a ABIN teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.
Segundo a PF, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. Entre eles, em Angra dos Reis, onde o clã passa férias desde o início de janeiro; na residência de Carlos Bolsonaro na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio; no gabinete do vereador, na Câmara Municipal do Rio; em Formosa (Goiás) e em Salvador (Bahia).
Ao pedir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer buscas em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro, a PF afirmou que ele fez parte do "núcleo político" do grupo que teria se instalado na ABIN no governo do ex-presidente. A PF chama os investigados de "organização criminosa" e vê indícios de espionagem ilegal e aparelhamento dos sistemas de inteligência.
O vereador ainda não se manifestou. A Polícia Federal apreendeu computadores e o celular dele nesta segunda-feira (29).
A conversa foi descoberta a partir da quebra do sigilo telefônico e de mensagem de Ramagem na Operação Vigilância Aproximada. Segundo a Polícia Federal, o ex-diretor da ABIN teria "incentivado e acobertado" o suposto esquema de arapongagem.