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PCO diz que YouTube desmonetizou canais e excluiu vídeos do partido na plataforma

A legenda de esquerda afirma que 37 vídeos foram excluídos e que sete canais ligados ao partido foram desmonetizados

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Estadão Conteúdo

Publicado em 28/04/2024 às 13:30
PCO fala em "ditadura das redes sociais do imperialismo", atribui a desmonetização a "ataques sionistas" e pediu aos apoiadores que colaborem com uma vaquinha online para manter o canal - PCO/DIVULGAÇÃO

O Partido da Causa Operária (PCO) afirmou neste sábado, 27, em publicação na rede social X (antigo Twitter), que o YouTube desmonetizou todos os canais ligados ao partido. A plataforma foi procurada pelo Estadão para se manifestar sobre o suposto caso, mas não respondeu até a publicação deste texto.

A legenda de esquerda afirma que 37 vídeos foram excluídos e que sete canais ligados ao partido foram desmonetizados. Na prática, significa que a plataforma retira os anúncios dos vídeos de um criador, e a partir daí as visualizações dos conteúdos do canal deixam de gerar receitas.

O partido é conhecido pelas posições radicais, como o apoio ao grupo terrorista Hamas no conflito entre Israel e Palestina. Logo após o início da guerra, em outubro do ano passado, o presidente do partido afirmou estar "1.000% com Hamas". Em fevereiro, Pimenta se reuniu com o líder político do grupo, Ismail Haniya, no Catar.

O PCO fala em "ditadura das redes sociais do imperialismo", atribui a desmonetização a "ataques sionistas" e pediu aos apoiadores que colaborem com uma vaquinha online para manter o canal, que atualmente arrecada cerca de R$ 5 mil mensais. O principal canal do partido no YouTube tem 117 mil inscritos.

O presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, fez uma transmissão neste sábado, 27, relacionando a desmonetização com o banimento da rede social TikTok nos Estados Unidos. Para Pimenta, o caso se trata de uma "contraofensiva reacionária que está sendo organizada no mundo todo". Além do YouTube, o partido também afirma que teve o sistema de pagamento de seu site bloqueado.

"O PCO é parte do movimento operário e popular brasileiro, fazemos parte da CUT, somos um partido legal e estamos sendo agressivamente reprimidos. A esquerda se cala diante disso. Vamos cobrar um posicionamento de todos. Chega dessa palhaçada. Os elementos da esquerda só se preocupam e apoiar o Xandão. Apoiar um partido que está sendo perseguido, nada, é uma posição calhorda, absurda", disse o presidente do partido nas redes sociais.

Nos últimos meses, as publicações da legenda têm sido compartilhadas até por grupos bolsonaristas, dispostos na outra ponta do espectro político. Após a sigla ser incluída no inquérito das fake news pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilharam publicações em que o PCO chama Moraes de "ditador" e diz que a Corte deveria ser dissolvida. A investigação apura ofensas, ameaças e notícias falsas contra o Judiciário.

Em fevereiro de 2022, o partido saiu em defesa do youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, depois de ele endossar a legalização de um partido nazista no Brasil. A sigla disse que considerar que "o Estado não deve ter o poder de pôr nenhum partido na ilegalidade".

Para gerar receita no YouTube, é necessário que o usuário siga as políticas de monetização, além das diretrizes e diversos termos de uso da plataforma. Após um canal ser encerrado ou ter a monetização cancelada, segundo a plataforma, é proibido criar um novo ou usar contas já existentes para continuar monetizando conteúdo.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PCO recebeu R$ 3 milhões do fundo eleitoral em 2022, valor abastecido com dinheiro do Tesouro Nacional destinado ao financiamento das campanhas políticas. Segundo estimativas da Fundação 1º de Maio, o partido terá acesso a R$ 3,5 milhões para as eleições deste ano. Por não ter nenhum parlamentar eleito no Congresso, o partido não recebe dinheiro do fundo partidário.

 

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