Familiares, amigos e autoridades se despedem de Magdalena Arraes
Ex-primeira-dama de Pernambuco, Maria Magdalena Arraes faleceu na última quinta-feira (11), aos 95 anos. Ela era viúva do ex-governador Miguel Arraes
Familiares, amigos e diversas autoridades da política pernambucana se reuniram na manhã desta sexta-feira (12), no Cemitério de Santo Amaro, no Recife, para se despedir da ex-primeira-dama Maria Magdalena Arraes, que morreu na última quinta-feira (11), aos 95 anos, de causas naturais.
O corpo da viúva do ex-governador Miguel Arraes chegou ao local por volta das 8h. Uma missa de corpo presente foi realizada na capela do cemitério, presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson. O sepultamento ocorreu às 11h, ao som de Édith Piaf.
Estiveram presentes no velório a ex-presidente do TCU, Ana Arraes, o advogado e escritor Antônio Campos, o prefeito do Recife, João Campos, o ex-governador João Lyra Neto, além de filhos, netos e bisnetos de Dona Magdalena, como era conhecida.
Também compareceram o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto, e o ex-secretário estadual de Saúde, André Longo, entre outras autoridades.
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Lula Arraes, filho do primeiro casamento de Miguel Arraes, lembrou dos momentos da madrasta ao lado do pai.
"Foi uma pessoa que teve uma vida longa e sempre reta. Ela recriou essa família de 10 filhos que somos com muita harmonia e muito carinho. Foi a grande companheira do meu pai nos grandes momentos, sobretudo nas horas difíceis, com muita coragem e serenidade. Ela tinha o que se chama de 'força tranquila'. Tinha uma força interior mas nunca alterou a voz para ninguém, porque ela não precisava disso. Era a bondade que falava", disse.
João Campos, bisneto de Maria Magdalena, foi um dos primeiros a chegar no velório. Ele estava acompanhado da mãe, Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, neto de Arraes.
"A gente tinha uma convivência sempre muito próxima. Acho que primeiro tem um legado da relação familiar, do convívio, sempre muito próxima e juntando as pessoas. Ela tinha um coração muito largo, sensível, carinhosa, atenciosa com todo mundo", disse o prefeito do Recife.
"Ficou com sua trajetória marcada pelas ações sociais quando foi primeira-dama do estado, sempre atuando nas cruzadas de ação social, na área da agricultura familiar, dos trabalhadores, das cooperativas, sempre buscando fortalecimento daqueles que mais precisavam. Era alguém que tinha uma sensibilidade humana incrível", completou João Campos.
Neta de Dona Magdalena, a ex-deputada federal Marília Arraes, que deu à sua terceira filha o nome da avó, disse que a matriarca era uma mulher à frente do tempo.
"Muito corajosa e ao mesmo tempo terna, calma e de muita sabedoria. Sem dúvida deu muita contribuição para a gente ter um mundo melhor. Ela não era só primeira-dama, era uma mulher que se preocupava e dedicou sua vida à justiça social. Tenho certeza de que meu avô Arraes não teria chegado onde chegou, fazendo tudo que conseguiu realizar se não tivesse ela do lado", declarou Marília.
O ex-governador de Pernambuco, João Lyra Neto, pai da atual governadora, Raquel Lyra, disse que Magdalena foi uma figura expressiva da política pernambucana.
"Sensível, comprometida com a qualidade de vida dos pernambucanos. A minha solidariedade e o reconhecimento de que ela cumpriu seu papel aqui na Terra", afirmou.
Maria Magdalena Arraes
Maria Magdalena Fiuza Arraes de Alencar nasceu no dia 14 de dezembro de 1928, em Fortaleza, e foi a segunda esposa de Miguel Arraes, com quem teve dois filhos: Mariana e Pedro.
Dona Magdalena, como era conhecida, ocupou o posto de primeira-dama de Pernambuco nos três mandatos do marido no governo estadual, se tornando a mulher que mais esteve nesta posição no estado.
Ao lado do ex-governador, vivenciou momentos marcantes da história política do país, como o golpe militar de 1964, quando teve que ir para o exílio na Argélia ao lado dele.
Em 2009, inaugurou, no Recife, o Instituto Miguel Arraes, do qual também foi diretora. Seis anos depois, teve sua vida relatada em uma biografia escrita pelo jornalista Laílson Cavalcanti e pela escritora Valda Colares. Intitulada "Magdalena Arraes - A Dama da História", a obra contava episódios como o primeiro encontro dela com Miguel Arraes e passagens sobre o golpe militar e o exílio.