Justiça determina que redes sociais excluam publicação de Marçal com laudo falso contra Boulos
Boulos pediu à Justiça a suspensão das redes sociais de Marçal após a publicação de laudo falso em que aponta uso de cocaína pelo deputado federal
Com informações do Estadão Conteúdo e da Folha de S.Paulo
A Justiça concedeu liminar neste sábado (5), determinando que as redes sociais YouTube, Instagram e TikTok excluam vídeos publicados em referência a um laudo falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo.
A decisão é do juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo.
"Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do feito", destacou o juiz, na decisão.
Boulos pediu à Justiça a suspensão das redes sociais de Marçal depois que o adversário publicou um suposto laudo em que aponta uso de cocaína pelo deputado federal.
Os advogados de Boulos apresentaram ação às 3h51 deste sábado à Justiça Eleitoral, e pediram ainda envio dos autos para o Ministério Público Eleitoral (MPE) apurar falsificação de documento e multa de R$ 30 mil ao final da ação.
Debate FlowNews: Após discussão com moderador, Marçal é expulso e causa briga generalizada; veja no vídeo:
Marçal foi expulso durante as considerações finais. O mediador, Carlos Tramontina, paralisou o debate após Marçal, "reiteradamente", desrespeitar as regras. "Tive que paralisar o debate para excluir o candidato Pablo Marçal, que reiteradamente, desrespeitava as regras. Na saída dele, houve uma confusão e o assessor do candidato Ricardo Nunes foi agredido e está sangrando bastante neste momento".
"Ele sai, forma-se um tumulto porque tinha um grupo que o acompanhava e, empurrando o restante do pessoal que estava ali, vem para chegar perto dele. Ele saiu com uma atitude de provocação para os outros que estavam lá. Só sei que houve um soco de uma pessoa no assessor do candidato Ricardo Nunes. Sangrou muito". Entre as regras previstas, ataques pessoais e ofensas tinham punição prevista com advertência. Três advertências resultavam em expulsão.
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Laudo médico em nome de Boulos é falso, dizem advogados
A publicação de Marçal apresenta um suposto receituário médico que alegaria um encaminhamento de Boulos para uma emergência psiquiátrica em 2021, por uso de cocaína.
"Trata de um inexistente atendimento médico que teria ocorrido em 19 de janeiro de 2021, relatando que o candidato peticionário teria se apresentado 'com um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas', com exame que indicaria resultado positivo para o uso de cocaína. O documento é falso, uma invenção criminosa criada para tumultuar a normalidade do pleito eleitoral", afirmaram Francisco Prado Filho e Danilo de Morais.
Reforçando que o laudo médico é falso, os advogados citaram que a criação da história de que Boulos usaria cocaína foi alvo de 12 ações na Justiça Eleitoral desde o debate da TV Band, quando Marçal fez a primeira insinuação pública.
"Trata-se de um documento falso, fabricado com o único objetivo 'sustentar' a criminosa postura do representado e vincular a imagem do representante ao uso de substâncias entorpecentes, tumultuando o pleito e atentando contra a normalidade do processo democrático às vésperas do pleito eleitoral", afirmaram os advogados.
Dono de clínica foi condenado por falsificação
Luiz Teixeira da Silva Junior, o dono da clínica Mais Consulta, que aparece no documento de Marçal, foi condenado pela Justiça Federal por falsificar documentos para obter registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em 19 de dezembro de 2017.
Teixeira teria falsificado um diploma de graduação em Medicina e uma ata de colação de grau para requerer inscrição no CRM.
O Estadão não conseguiu contato com o acusado. Telefonou para dois telefones celulares do réus e dois telefones fixos, mas nenhum deles atendeu. Em um deles, a ligação foi atendida, mas a pessoa permaneceu muda mesmo após a reportagem se identificar.