Boulos rebate críticas de João Campos: "não está autorizado a me dar aulas de coerência"
Prefeito do Recife havia comentado no programa Roda Viva os possíveis erros da campanha de Boulos na briga pela prefeitura de SP
O deputado federal e ex-candidato a prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), rebateu as críticas feitas pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), proferidas pelo socialista no programa Roda Viva, da TV Cultura. A resposta do psolista foi dada em entrevista à Folha de São Paulo.
"Não creio que ele está autorizado a me dar aulas de coerência, até porque, em 2020, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez, se elegeu com o mote ‘PT nunca mais", disparou Boulos.
No Roda Viva, João Campos comentou os possíveis erros que teriam sido responsáveis pela derrota de Boulos na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Boulos rebateu
Em entrevista a Folha de S.Paulo, Boulos rebateu as afirmações de João Campos. "Hoje, que o Lula é presidente, ele [Campos] virou o maior lulista do país. Então, menos. Não é? Para querer dar lição de moral alheia. E mais do que isso: eu tenho lado. Tenho posições firmes, e ter posição firme tem um preço. Eu não vou conforme o vento", disse.
"O mínimo que se tem que ter na política, independente das diferenças, é respeito", completou.
João no Roda viva
No Roda Viva, João Campos afirmou que a campanha de Boulos teve uma "roupagem diferente" em diferentes momentos, o que pode ter prejudicado o desempenho do candidato.
"A prática precisa caber naquilo que você fala e aquilo que você fala precisa caber na sua prática. Eu não conheço de perto a trajetória de Boulos, mas eu acredito que ele teve uma roupagem diferente enquanto pré-candidato e candidato a prefeito. Imagina que ele tem 20 anos de trajetória pública, seja no movimento social, seja como candidato, como deputado", disse Campos.
João completou: "nesses 20 anos, ele tem 19 anos que ele se posiciona de um jeito em tudo, ai em um ano ele começa a revisitar todos os posicionamentos. As pessoas sabem das coisas. Tem uma frase que é assim: 'Você acha que o povo não pensa, mas pensa'. Então, as pessoas veem essa leitura diferente, principalmente, quando se aproxima do tempo de eleição. Então, eu imagino que pode ter acontecido algo desse tipo".
Questionado por que Tabata Amaral (PSB) e ele não subiram no palanque do candidato de Lula no segundo turno, João respondeu que a condução do partido em São Paulo cabia a Tabata, e que ela ganharia a disputa com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) caso tivesse ido para o segundo turno.