Lula faz última reunião do ano com todos os ministros
Após receber alta da equipe médica, o presidente reuniu os 38 integrantes do primeiro escalão do governo federal em almoço no Palácio da Alvorada
Após se submeter a uma cirurgia na cabeça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao trabalho nesta sexta-feira (20) e realizou uma reunião com seus 38 ministros, no mesmo dia em que o Congresso aprovou um pacote de corte de gastos proposto pelo governo.
Lula, de 79 anos, reuniu seu gabinete no Palácio da Alvorada em Brasília para uma "confraternização" de fim de ano.
O mandatário posou na foto oficial com um chapéu panamá, acessório que não deixa de usar em público desde que saiu do hospital após uma operação de urgência no dia 10 de dezembro para tratar uma hemorragia intracraniana, resultado de uma lesão que sofreu na cabeça dois meses antes.
Eu pus um chapéu para vocês não verem o curativo (...) não quero que vocês vejam, porque eu sou um cara teoricamente bonito, mas minha cabeça está me deixando um pouco feio”, brincou Lula com os jornalistas antes de ter alta.
Segundo Roberto Kalil, médico de Lula, “o pior” poderia ter acontecido. Mas a cirurgia foi bem-sucedida e, após vários dias internado no Hospital Sirio-Libanês, Lula retornou a Brasília na quinta-feira.
A reunião com os ministros ocorreu no mesmo dia em que o Congresso aprovou um pacote de corte de gastos proposto pelo governo para 2025 e 2026.
O ministro da Economia, Fernando Haddad, havia projetado uma economia de 70 bilhões de reais, mas as mudanças introduzidas pelo Congresso reduzirão o ajuste em cerca de um bilhão de reais, segundo Haddad.
As medidas de corte chegam em meio à tensão pela desvalorização do real e às dúvidas do mercado sobre a responsabilidade fiscal do governo.
O dólar fechou na quinta-feira a R$ 6,12, após ter atingido recordes históricos nos últimos dias.
Lula disse nesta sexta-feira que está "mais convicto do que nunca” sobre defender "a estabilidade econômica e o combate à inflação", em um vídeo no qual apresentou o novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.
O presidente prometeu "verdadeira autonomia" a Galípolo, após ter questionado dias atrás uma decisão do BC que elevou a taxa de juros para 12,25%.
O BC busca conter a inflação, cuja variação anual foi de 4,87% em novembro, acima do limite de 4,5% estabelecido pelas autoridades como nível máximo tolerável.