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Capitu traiu Bentinho? Advogado encontra prova jurídica em capítulo de 'Dom Casmurro'

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Gabriela Andrade

Publicado em 18/09/2021 às 10:00 | Atualizado em 14/01/2022 às 12:37
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Com certeza a dúvida sobre se Capitu traiu ou não Bentinho é um dos maiores debate da literatura brasileira, desde o lançamento do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, em 1899. Mas o jornalista e advogado Miguel Matos garante ter a resposta que encerra esse mistério.

De acordo com o jornal Extra, obra recém-lançada Código Machado de Assis: Migalhas jurídicas de Miguel Matos, que contou com o prefácio escrito por Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal e a apresentação feita pelo político e escritor José Sarney; aponta uma “prova cabal” que não teria sido levada em consideração pelos estudiosos.

Segundo o advogado Miguel Matos, trata-se de uma suposta “senha” jurídica que Machado de Assis deixou em um capítulo de Dom Casmurro, trazendo a confirmação de que sim, Capitu traiu Bentinho.

Entenda

O advogado Miguel Matos também traça panorama de outros momentos em que Machado de Assis se utilizou da linguagem jurídica para compor seus enredos. Como por exemplo, os vários momentos em que o escritor colocou advogados, desembargadores e bacharéis em suas histórias, além de outros personagens desse campo.

Certa noite, Bentinho, ele próprio um advogado, vai ao teatro sem Capitu e, ao voltar antes do fim do primeiro ato, encontra Escobar à porta do corredor de sua casa. Essa seria uma situação de quase flagrante, que só piora com o suposto álibi.

O amigo diz que passara por lá para tratar de uma “questão de embargos”. Só que, quanto mais Escobar explica o assunto, mais o leitor dotado de um mínimo conhecimento jurídico percebe que o incidente não é importante, observa Miguel Matos.

Capítulo 'Embargos de terceiro'

Porém, o mais importante segundo o advogado aparece logo no título deste mesmo capítulo. Machado de Assis o nomeou 'Embargos de terceiro' — uma terminologia jurídica que o autor já havia utilizado no romance “A mão e a luva”.

"Machado de Assis inclusive usa muitas metáforas jurídicas em sua obra", diz Miguel Matos. Em Dom Casmurro, o termo “embargos de terceiro” é uma metáfora para disputa pela posse. No caso, a “posse” de Capitu. O mesmo termo aparece em “A mão e a luva” para falar sobre uma pessoa que quer conquistar a outra. Machado não iria fazer essa associação à toa.

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