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Ex-BBB Gyselle Soares sofre críticas de ativistas do movimento negro

Ex-BBB foi escolhida para interpretar escrava Esperança Garcia em peça

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Gabriela Andrade

Publicado em 13/10/2021 às 11:38 | Atualizado em 13/10/2021 às 11:39
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Nesta terça-feira (12), ativistas do movimento negro realizaram um protesto em frente ao Theatro 4 de Setembro, no Centro de Teresina.

O ato é contra a atuação da ex-BBB Gyselle Soares no papel de Esperança Garcia, a primeira advogada negra do país, na peça "Uma escrava chamada Esperança".

Segundo a ativista da Rede de Mulheres Negras do Piauí, Sônia Terra, em entrevista para o portal G1, a escolha de Gyselle para interpretar Esperança representa um "embranquecimento de uma pessoa negra".

Declaração de Gyselle Soares

A ex-BBB declarou que as manifestações não a abalaram nem entristeceram. Segundo Gyselle Soares, essa é uma oportunidade de aprendizado. Quanto à cor da pele, questionada por grupos negros, ela disse considerar-se "de todas as cores" e que, como atriz, pode viver qualquer papel.

"Eu me considero todas as cores, sem cor, um ser humano com coração que pode sentir tudo, de todo mundo. Estamos no mundo, somos todos iguais, nossa pele não tem cor, nosso coração não tem cor, não podemos nos definir assim", disse Gyselle Soares.

O diretor da peça, Valdson Braga, disse que a atriz não pode ser discriminada por conta de um papel. E alega que chegou a procurar os movimentos negros antes da escolha da atriz que iria interpretar Esperança, mas não obteve retorno. Já os manifestantes alegam que o movimento negro não foi procurado pelo diretor.

Conheça Esperança Garcia

Esperança Garcia foi uma mulher negra escravizada na fazenda de Algodões, próximo ao município de Oeiras. Ela se tornou conhecida após escrever uma carta para o governador da capitania do Piauí, denunciando os sofrimentos que passava na casa de seus senhores.

No texto escrito no dia 6 de setembro de 1770, ela pediu providências ao governo. A carta foi encontrada em 1979 no arquivo público do Piauí, pelo pesquisador e historiador Luiz Mott. Em setembro de 2017, 247 anos depois da escritura da carta, através de solicitação da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra do Piauí, Esperança Garcia foi reconhecida pela OAB/PI como a primeira advogada piauiense.

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