TRUE CRIME

ASSASSINATO DANIELLA PEREZ: Guilherme de Pádua tentou mostrar pênis para policiais ao se declarar inocente e vítima; entenda

Guilherme de Pádua confessou o assassinato de Daniella Perez, mas queria convencer policiais de que era assediado pela atriz

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Lívia Maria

Publicado em 19/07/2022 às 13:17
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Culpado pelo assassinato da atriz Daniella Perez, Guilherme de Pádua confessou na manhã seguinte ao crime, mas ainda tentou convencer os policiais que era, também, uma vítima na história. O então ator teria tentado mostrar o pênis para os policiais em uma tentativa de declarar sua 'inocência'.

A série 'Pacto Brutal' sobre o assassinato de Daniella Perez, que chocou o Brasil em 1992, estreia nesta quinta-feira (21).

A produção tem cinco episódios com depoimentos de familiares, amigos e funcionários do judiciário que trabalharam no caso contando suas versões e análises sobre o ocorrido.

O assassinato de Daniella Perez

O corpo de Daniella Perez foi encontrado em um matagal no Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1992, horas depois da atriz sair dos Estúdios Globo, onde gravava a novela 'De Corpo e Alma'.

O carro do ator Guilherme de Pádua, que fazia par romântico com Daniella no folhetim, foi visto por um vizinho, que anotou a placa e ligou para a polícia ao suspeitar da movimentação no local.

Poucas horas depois de ser identificado com um suspeito do crime, Guilherme foi levado à delegacia para contar sua versão da história. Na série, um dos oficiais que conduziu o então ator, diz que ele se contradizia e contava versões diferentes sobre como seria sua relação com Daniella.

Apesar disso, ele não assumiu totalmente a culpa, tentando emplacar uma versão em que Daniella queria ter um caso com ele e estava lhe assediando.

"Ele disse que Daniella o estaria assediando, teria interesse sexual, amoroso nele. E que ele estava começando a ter preocupação porque estava percebendo que isso estaria se refletindo, talvez por influência dela, na redação da mãe [Gloria Perez] dos capítulos [da novela De Corpo e Alma, na qual os dois atuavam]. E ela estava chegando a ameaçá-lo. Então ele diz que, para encerrar isso, ele a convence a conversar. Que foi Daniella quem o levou àquele local", relata José Muiños Piñeiro Filho, promotor do caso e hoje desembargador de Justiça, à série.
José Muiños Piñeiro Filho, promotor do caso e hoje desembargador de Justiça

Na tentativa de provar que não tinha correspondido às investidas de Daniella, Guilherme disse que tinha uma prova de como era apaixonado pela sua esposa, Paula Thomaz.

"Ele quis se apresentar nesse primeiro momento como aquele homem heroico, que estava se sacrificando pela mulher que estava grávida, com quem ele vivia muito bem a ponto de se tatuar com o nome dela. Ele se oferece pra mostrar o pênis dele, porque tinha uma tatuagem, numa declaração de amor à mulher. E ao meu ver, eu estou convencido, ele queria já ali insinuar o envolvimento da mulher", afirma o desembargador.

Pádua tinha o nome da esposa tatuado no pênis. Entretanto, logo foi provado que Paula Thomaz também estava envolvida no complô para o assassinato de Daniella. O casal emboscou e sequestrou a atriz após o final das gravações na Globo.

Segundo relatos de funcionários da emissora na época, Guilherme de Pádua estava há semanas inconformado com a diminuição do seu personagem na novela e estava assediando Daniella para que ela convencesse a mãe em mantê-lo por mais tempo no roteiro.

Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. Ele pegou 19 anos de prisão em regime fechado, a ela, 15 anos. Guilherme saiu da cadeia por bom comportamento em outubro de 1999, assim como Paula.

Citação

"Ele disse que Daniella o estaria assediando, teria interesse sexual, amoroso nele. E que ele estava começando a ter preocupação porque estava percebendo que isso estaria se refletindo, talvez por influência dela, na reda&c

José Muiños Piñeiro Filho, promotor do caso e hoje desembargador de Justiça

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