RESGATE

A MULHER DA CASA ABANDONADA: Luisa Mell revela como foi chamada para a operação policial de resgate dos animais de Margarida Bonetti: 'recebi uma ligação'

Luisa Mell rebateu críticas a sua participação no resgate de animais de Margarida Bonetti, a 'mulher da casa abandonada'

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Lívia Maria

Publicado em 31/07/2022 às 18:30 | Atualizado em 31/07/2022 às 18:32
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Há uma semana, Luisa Mell participou de uma operação policial na 'casa abandonada' de Margarida Bonetti e foi alvo de críticas por ter feito uma live mostrando toda a operação.

O caso de Margarida Bonetti se tornou conhecido nacionalmente após a divulgação do podcast 'A Mulher da Casa Abandonada', da Folha de S. Paulo.

A investigação do jornalista Chico Felitti conta a história da mulher que há mais de 20 anos fugiu dos Estados Unidos acusada de manter uma empregada doméstica em situação análoga à escravidão. Desde então, Bonetti mora em uma mansão da sua família em Higienópolis, um dos bairros mais caros de São Paulo.

No dia 22 de julho, a polícia realizou operação na casa para apurar uma denúncia de abandono de incapaz. Luisa Mell compareceu à mansão para resgatar os animais que viviam em situações precárias.

Em entrevista ao Notícias da TV, a ativista revela como ficou sabendo da operação e foi convidada para participar. "Me ligaram", diz ela.

"Bom, vou ser bem sincera com você. Quando começou essa história da casa abandonada, eu estava viajando, no Canadá, com a minha família", explicou.

Segundo a ativista, sua equipe estava orientada a não entrar em contato com ela para que pudesse relaxar e diminuir o estresse. Porém, a situação dos animais de Margarida fez com que eles mandassem mensagens para Luisa.

Foi então que Luisa Mell ficou sabendo da história do podcast e Margarida Bonetti. Tudo isso aconteceu antes da operação policial realizada na última semana.

"Fiquei horrorizada", admite Luisa, ao relembrar a reação à história. "[Uma colega de equipe] me falou que só se falava nisso no Brasil e que, depois que explodiu, que fez tanto sucesso, as pessoas estavam indo até a casa apedrejar", conta.

Luisa relata que o delegado Bruno Lima, da polícia de São Paulo, entrou em contato com Instituto Luisa Mell para conseguir apoio no resgate de dois animais que estavam doentes e podiam ser vistos pelo muro da casa.

"Quem fez o resgate foi o Bruno, mas [a polícia queria saber] se a gente poderia ficar com os animais, se eu poderia mandar a minha equipe, porque ele fez a parte da polícia, mas quem pega os bichos, aquela coisa, foi a equipe do Instituto Luisa Mell", detalha a ativista.

Como estão os animais de Margarida Bonetti?

Luisa explica que após o resgate os animais foram encaminhados para acompanhamento com veterinário. Segundo ela, um dos cachorros tem um grande tumor, mas não pode ser operado devido as condições de saúde.

"Uma estava muito doente. Eu não pude nem operar ela ainda porque, além dos tumores que ela tem, ela está com a saúde terrível, todos os exames estão tão alterados, tão alterados que não dá para colocar numa mesa de cirurgia, entendeu?", lamenta.

 

Além disso, ela reforça que o ambiente da casa de Margarida Bonetti era impróprio para os animais, assim como para a mulher. Segundo ela, o fato de Margarida ter possivelmente problemas psicológicos não justifica a permanência dos animais na casa.

"Não é porque ela tem algum problema mental, que obviamente deve ter, porque ela também mora naquele local imundo e insalubre, que os animais são obrigados a viver daquela maneira também, doente, daquele jeito. Entende?", reforça.

Luisa Mell foi chamada para operação policial

Após o resgate dos dois primeiros cachorros, Luisa diz que tentou procurar Margarida Bonetti para conversar com ela sobre os animais, mas não conseguiu diálogo.

Dias depois, foi chamada pela polícia para fazer parte da operação policial na mansão.

"Aí, me liga a diretora. 'Olha, você tem que ir lá para casa da mulher da casa abandonada, porque saiu o mandado de busca. A polícia está indo agora. O Bruno Lima está indo para lá agora e chamaram a gente'. Porque assim, a polícia não estava indo só por causa disso, né? Ela também estava com uma denúncia de [abandono de] incapaz", relata.

Ela defende que não houve 'roubo de animais', como acusou uma parte do público.

"Gente, como é que eu vou roubar o cachorro na frente da polícia? Isso não existe. A gente tinha um mandado para tirar os animais de lá", explica.

A presença de equipes de jornalismo durante a operação também foi bastante criticada. Os programas Brasil Urgente, da Band, e Cidade Alerta, da Record, transmitiram tudo ao vivo para todo o Brasil.

Luisa afirma que não sabia que as equipes estariam no local. "Eu achei, na verdade, que era uma operação meio que secreta. Eu achei que a gente estava sabendo, a equipe do Bruno, a polícia", defende.

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