TRANSFOBIA

BBB 22: Linn da Quebrada pode processar usuários das redes sociais por transfobia; saiba mais

Linn da Quebrada tem sido alvo constante de 'erros' de pronome dentro da casa do BBB 22, além de ironias por parte de usuários nas redes sociais

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Lívia Maria

Publicado em 24/02/2022 às 19:45 | Atualizado em 24/02/2022 às 19:48
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A travesti Lina Pereira, mais conhecida pelo seu nome artístico Linn da Quebrada, tem sido vítima de “erros” cometidos pelos colegas do BBB 22 que constantemente se referem a ela com pronomes masculinos. Lina, que utiliza os pronomes femininos, tem uma tatuagem no rosto onde se diz “ELA”, deixando claro suas preferências.

No início do reality, após erros por parte de alguns participantes e uma “brincadeira” por torpedo anônimo, o programa interferiu, por meio de Tadeu Schmidt, que reiterou que todos deveriam respeitar os pronomes de Lina. O erro, que pode ser enquadrado no crime de transfobia, voltou a se repetir na noite desta quarta-feira (24).

O participante Lucas Bissoli se referiu à Lina no masculino e pediu desculpas à colega que ficou visivelmente chateada e foi amparada por Jessilane e Tiago Abravanel. Na manhã após o ocorrido, Lucas pediu desculpas à Lina, que o perdoou e os dois seguiram em frente.

Entretanto, o crime de fato aconteceu e Lina tem sido alvo de transfobia não apenas dentro da casa. Aqui fora, contas no Twitter e Instagram ironizam constantemente a identidade de gênero da artista, chamando-a por termos pejorativos ou reforçando discursos de que “ele nunca vai ser mulher”.

Recentemente um episódio do podcast Tarja Preta FM ironizou os pronomes e identidade de gênero de Lina. “Começa a chamar de ‘troço’ que aí ninguém vai reclamar”, disse Bianca, uma das apresentadoras do programa. “Se algum ‘traveco’ tiver ouvindo esse programa, manda uma mensagem que a gente conversa se pode ou não pode chamar de ‘traveco’”, disse outro apresentador, ironicamente.

Veja o vídeo:

Linn da Quebrada pode processar por casos de transfobia?

Assim como a ex-BBB Sarah Andrade que processou o Twitter após uma série de ofensas publicadas por usuários na rede social, Linn da Quebrada também pode recorrer à justiça contra usuários e meios de comunicação que praticam transfobia.

A advogada Mayra Cardozo, em entrevista ao portal UOL, revelou que qualquer pessoa que presenciou uma transfobia pode denunciar o ato. “Isso pode ser feito por meio de boletim de ocorrência ou pelo disque 100, que é um serviço dos governos federais para denúncias de violações de Direitos Humanos”, explicou.

No caso de Sarah Andrade, a publicitária teve ganho de causa e o Twitter foi condenado a fornecer todos os dados de cadastro do perfil que publicou as ofensas. Lina também pode recorrer à mesma punição para identificar, especialmente, usuários que se escondem atrás de contas falas nas redes.

"Não podemos normalizar postagens ofensivas e agressivas, da mesma forma que não podemos aceitar perseguição ou cancelamento. Com a apresentação das informações determinadas em sentença teremos a real identidade do ofensor. Aproveito para deixar um alerta, que ofensas na internet podem configurar crime com altas penas de reclusão e da mesma forma que o ofensor poderá ser condenado à indenizar o ofendido", disse o advogado da Sarah, especialista em cibercrimes.

A equipe de Lina publicou na tarde desta quinta-feira (24) um tweet pedindo para que os seguidores divulgassem as postagens ofensivas contra a cantora para serem encaminhados para a advogada da artista. Além disso, denúncias contra programas de podcasts e outros veículos que foram ofensivos com Lina.

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