PRESERVAÇÃO

CPI fiscaliza zoológico de Dois Irmãos

Parlamentares receberam denúncias de que animais estariam vivendo em condições precárias

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 07/11/2015 às 7:45
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Denúncias feitas por entidades não governamentais de que os bichos confinados no zoológico de Dois Irmãos, Zona Norte do Recife, estariam vivendo em condições precárias motivou deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), destinada a investigar maus-tratos contra animais, a fazer uma visita ao horto na tarde de ontem. Os deputados recomendaram a adequação dos recintos, especialmente dos ursos pardos e felinos, muito pequenos para abrigar essas espécies.

“Não há mais espaço para zoológico hoje. Temos que tentar uma adequação correta para os animais que estão nesses espaços, levando para santuários, e evitar a procriação”, defende o relator da CPI, Ricardo Trípoli (PSDB-SP), enquanto mostra as condições precárias em que vivem os dois ursos pardos de Dois Irmãos. “Pela pelagem você já percebe que essa espécie não deveria estar em um lugar quente.”

Foto: Edmar Melo/JC Imagem
Zoológico do Parque Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, abriga cerca de 650 animais - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Parque Dois Irmãos é uma unidade de conservação que inclui o zoológico - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Falta espaço no recinto para os ursos brincarem - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Frequentemente, ursos dão mostras de estresse, fazendo movimentos repetitivos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Falta espaço no recinto para os ursos brincarem - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Espaço do recinto é muito reduzido para abrigar um casal de tigres siberianos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Leão tem o maior recinto do parque, mas vive sozinho - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Felinos atraem a atenção dos visitantes - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Tigre-de-bengala vive sozinho numa jaula e aparenta estar estressado - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Espaço do recinto é muito reduzido para abrigar um casal de tigres siberianos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Pantera, ou onça preta, vive sozinha no recinto - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Pantera vive sozinha - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Leão tem o maior recinto do parque, mas vive sozinho - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Lanchonetes no zoológico de Dois Irmãos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Vegetação de mata atlântica no Parque Dois Irmãos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Açude no zoológico do parque Dois Irmãos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Vegetação de mata atlântica no Parque Dois Irmãos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Visita ao zoológico de Dois Irmãos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem

 

O deputado, no entanto, admite que os zoológicos têm um papel importante na reabilitação de animais machucados, resgatados de circos ou apreendidos de traficantes. “A floresta do Parque Dois Irmãos é maravilhosa. Vocês poderiam trazer animais para reabilitar aqui. Os que estivessem aptos, seriam reintroduzidos na natureza. Os demais permaneceriam sem procriar. Essa é uma maneira de ir acabando, devagar, com a atividade de zoológico”, acredita.

O deputado esclareceu que o papel da CPI - iniciada em agosto, com encerramento previsto para dezembro - não é afrontar os zoos, mas buscar a adequação correta dos bichos. “Precisamos de uma política pública voltada aos animais confinados. Do jeito que está, não dá para continuar”, afirmou Ricardo Trípoli.

Membro da CPI, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) disse que em todos os zoos visitados até agora - além de Dois Irmãos, a Comissão esteve em São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte e Pará - há problemas estruturais e conceituais. “Além dos espaços reduzidos, muitos animais estão onde não deveriam estar, sofrendo com o calor”, relata. Ele adiantou que, ao fim dos trabalhos, a CPI fará um relatório com recomendações e pode pedir abertura de inquérito para apurar maus-tratos.

Atento à visita, o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, garantiu que o governo está fazendo tudo o que foi solicitado pela CPI. “Vamos começar a reforma pelos recintos mais críticos, como os dos ursos e dos felinos”, garantiu o secretário, revelando que pretende fazer parceria com empresas privadas para evitar a demorada burocracia da licitação, como já fez para viabilizar a reforma do serpentário.

Sobre o destino do zoológico, Sérgio Xavier revelou que um conselho gestor com integrantes da sociedade civil deve ser formado para decidir que uso terá o espaço, já que existem visões variadas sobre a questão. Ele também revelou que vai acatar a sugestão de transferir o chimpanzé - animal de hábito gregário, com mais de 60 anos, que vive sozinho numa cela - para um santuário no interior de São Paulo. “Com essa transferência, poderemos dobrar de tamanho o recinto do ursos, localizado ao lado do chimpanzé, até que esses animais possam ser levados para um espaço mais adequado.”

A ordem de serviço para reforma do Parque Dois Irmãos, no valor de R$ 9.529.282,55, foi assinada esta semana. Essa etapa das obras contempla o setor veterinário, clínica, setor de biologia e novos espaços para quarentena, nutrição e estrutura técnico-administrativa. O prazo para conclusão é de nove meses. O zoo de Dois Irmãos abriga cerca de 650 animais. 

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