Uma nova espécie de planta da família fabácea, mais conhecida como leguminosas, foi encontrada em Rondônia durante o trabalho de campo do Inventário Florestal Nacional (IFN), em 2015. Mas, a identificação só foi feita no início de abril de 2017, pelo curador de Botânica Amazônica e diretor do Instituto de Sistemática Botânica do Jardim Botânico de Nova York, Douglas Daly, e pela curadora substituta do herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e especialista nessa família, Marli Morin.
A amostra encontra-se no Herbário Rondoniensis da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em Porto Velho, responsável por receber o material botânico coletado em Rondônia. A identificação ainda está em andamento e o que se sabe, até o momento, é que a nova espécie de planta pertencente ao gênero Zygia.
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Ainda levará um tempo até a nova espécie receber um nome. O especialista do gênero precisa ver a amostra e fazer um estudo minucioso do exemplar para, então, comprovar que realmente se trata de uma nova espécie de planta e publicar a descoberta. O feijão e o pau-brasil são integrantes da família fabácea.
Daly e Morin participaram, no início deste mês, do workshop Estratégias e Ferramentas para Identificação Botânica no âmbito do IFN, promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) em parceria com o Jardim Botânico de NY e Embrapa Amazônia Oriental. O workshop teve como objetivo reunir os especialistas e profissionais envolvidos com a identificação botânica do Inventário Florestal para discutir novas técnicas de identificar as amostras coletadas.
PERNAMBUCO
Em Pernambuco, o levantamento da situação das florestas teve início em 16 de março de 2017. Até o início de abril, tinha sido concluída a coleta de dados em 50 das 249 unidades previstas em todo o Estado, o que corresponde a 20% de todo o trabalho de campo, feito por amostra.
Ao longo da pesquisa estão sendo encontrados registros de novas espécies de planta para os Estados, informa o SFB. Em Sergipe, por exemplo, das 269 espécies identificadas, 66 são novos registros para lá, numa proporção de uma a cada quatro plantas coletadas.
Em alguns estados, com flora menos conhecida, o IFN tem verificado novas espécies de planta ou que são, pelo menos, indicativas de serem novas para a ciência, como é o caso do espécime da família fabácea encontrado em Rondônia.